BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central anunciou nesta quinta-feira a indicação do servidor de carreira da instituição Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo como diretor de Assuntos Internacionais, no lugar de Maria Celina Berardinelli Arraes.

A atual diretora, que já é aposentada pelo Banco Central, voltará ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na próxima semana, depois de uma licença que chegou ao fim.

O nome de Araújo já foi aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o BC, mas ainda terá de ser submetido ao Senado Federal, onde passará por sabatina. Até que isso ocorra, o diretor de Política Monetária Aldo Mendes acumulará as duas diretorias.

O arranjo implica, na prática, que a próxima reunião do Copom, nos dias 26 e 27 de janeiro, reunirá apenas sete diretores, incluindo o presidente Henrique Meirelles.

Araújo ocupa desde 2006 a chefia do Departamento de Estudos e Pesquisas do BC. Nesse cargo, era o único servidor do BC a participar com os diretores da instituição dos dois dias de reunião do Copom, ainda que não tivesse direito a voto.

Engenheiro civil, com doutorado em economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Araújo, de 45 anos, está no BC desde 1992.

A diretoria de Assuntos Internacionais perdeu força assim que as emissões de bônus soberanos voltaram a ser capitaneadas pelo Tesouro Nacional.

"O presidente Henrique Meirelles determinou que Carlos Hamilton apresente uma proposta de reformulação da Direx, que deverá ser posteriormente submetida à apreciação da diretoria colegiada do Banco Central", afirmou o BC em nota.

Nesta tarde, as taxas de DIs foram afetadas por especulações de que o diretor de Política Econômica do BC, Mário Mesquita, considerada uma voz mais conservadora no Copom, estaria deixando a instituição. Procurada, a assessoria de imprensa do BC disse que não comenta rumores de mercado.

(Reportagem de Isabel Versiani)