Economia

BC deve agir logo para limitar choque de preços, diz diretor

Segundo diretor, o BC deve agir rápido para limitar qualquer choque de preços que comprometa o seu objetivo de trazer a inflação de volta para a meta oficial


	Inflação: Volpon disse que o BC decidiu postergar o seu objetivo de trazer a inflação de volta para a meta devido ao aumento das expectativas de inflação
 (Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Inflação: Volpon disse que o BC decidiu postergar o seu objetivo de trazer a inflação de volta para a meta devido ao aumento das expectativas de inflação (Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2015 às 19h41.

Brasília - O Banco Central deve agir rapidamente para limitar qualquer choque de preços que comprometa o seu objetivo de trazer a inflação de volta para a meta oficial dentro de um horizonte relevante, disse o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, Tony Volpon, nesta sexta-feira.

Num discurso para investidores em Nova York divulgado pelo Banco Central, Volpon afirmou que mudanças nos preços dos ativos e nas expectativas de inflação causadas por preocupações com a política fiscal terão um impacto negativo na inflação maior do que o alívio vindo da economia em contração.

O BC prometeu na quinta-feira usar todos os meios necessários para levar a inflação para o centro da meta de 4,5 por cento em 2017. Anteriormente, o BC esperava atingir esse objetivo em 2016.

Volpon disse que o BC decidiu postergar o seu objetivo de trazer a inflação de volta para a meta devido ao aumento das expectativas de inflação e mudanças nos preços de ativos que pressionam os preços. O BC tem que agora assegurar os mercados que vai cumprir esse novo objetivo, disse.

“Acredito que chegamos num ponto em que considerações de longo prazo pedem uma determinada resposta por parte da política monetária para algum novo choque nos preços relativos”, afirmou ele. A inflação no Brasil continua a subir apesar do ciclo agressivo de aumento de juros pelo BC iniciado no ano passado e da economia em rápida contração.

A relação difícil entre a presidente Dilma Rousseff e sua ampla aliança no Congresso está atrasando a aprovação de medidas de ajuste fiscal, cujo objetivo é reconquistar a confiança dos investidores.   

O impasse político tem levado à desvalorização do real, aumentando o preço dos produtos importados.   

A inflação em 12 meses medida pelo IPCA encostou em 10 por cento em outubro, no nível mais alto desde novembro de 2013.

O banco parou de elevar os juros em setembro para evitar maiores danos a uma economia que caminha para a pior recessão em 25 anos, mas alertou que continuará vigilante.

Volpon declarou acreditar que o banco deve assegurar a convergência para a meta o mais cedo possível.

“Devemos adotar uma orientação mais precisa sobre quando esperamos que a convergência para a meta ocorra, uma vez que constatemos uma diminuição suficiente da incerteza em relação a variáveis exógenas chaves que condicionam a perspectiva para a inflação”, disse ele.

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