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Bancos terão de expandir o crédito para receber ajuda, diz Obama

Governo também deve restringir pagamento de bônus a executivos de bancos em recuperação

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2009 às 18h26.

O presidente americano, Barack Obama, vai pedir que os bancos aumentem o volume de crédito para consumidores e empresas, como um meio de compensar os contribuintes pelos 700 bilhões de dólares que cederam ao pacote de socorro aprovado ainda no governo Bush. De acordo com a agência de notícias Bloomberg, Obama vai incluir algumas restrições no novo programa de ajuda aos bancos que deve ser anunciado nas próximas semanas. A medida pretende atenuar as críticas do Congresso, para o qual as instituições financeiras falharam em repassar às linhas de crédito os primeiros 350 bilhões de dólares do pacote.

Na semana passada, Obama criticou os executivos de Wall Street pelo pagamento de bônus. Além disso, algumas instituições que receberam recursos do governo os usaram para financiar fusões e aquisições que podem causar mais demissões. O governo e os líderes do Partido Democrata estão procurando diferenciar a segunda fase do programa, quando outros 350 bilhões de dólares devem ser liberados pelo Congresso. A intenção dos parlamentares e de Obama é isolar uma eventual oposição popular ao socorro a Wall Street.

Nos próximos dias, o governo também deve divulgar novas regras para o pagamento de executivos do setor financeiro. As restrições serão aplicadas às instituições que receberem a ajuda pública, e também abrangerão o pagamento de dividendos. Chamado de TARP, o pacote de socorro aprovado em outubro já apoiou grandes grupos, como o Citigroup e o Bank of America. Parte do dinheiro também serviu para evitar a falência das montadoras GM e Chrysler.

Nova fase

No mês passado, durante a audiência no Senado para aprovar sua indicação, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, já havia afirmado que os bancos expandissem suas linhas de crédito como condição para receber o socorro público. A mesma linha foi seguida por Obama, em um discurso por rádio no final de janeiro. Em seu pronunciamento, o presidente americano afirmou que a nova estratégia "ajudará a reduzir os custos das hipotecas e estender os empréstimos às médias empresas, para que possam criar empregos".

A estratégia inclui a criação de um "banco ruim", destinado a absorver os títulos tóxicos que ainda existem nos balanços dos bancos e que impedem as instituições de tomar novos empréstimos. As autoridades também estudam meios de securitizar outros ativos que estão contaminando os balanços das instituições. O principal desafio do governo é avaliar esses investimentos de um modo que resgate o sistema financeiro, mas sem expor os contribuintes a trilhões de dólares de perdas em potencial.

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