Banco central dos EUA teme desaceleração da economia americana
Em sua reunião de política monetária de julho, o Fed reduziu as taxas de juros pela primeira vez em mais de uma década
AFP
Publicado em 21 de agosto de 2019 às 18h27.
Última atualização em 21 de agosto de 2019 às 18h37.
A incerteza comercial e o fraco crescimento mundial provavelmente vão continuar sendo um risco persistente, levando a uma desaceleração da economia dos Estados Unidos , indicou nesta quarta-feira o Federal Reserve ( Fed , banco central).
Em sua reunião de política monetária de julho, quando o Fed reduziu as taxas de juros pela primeira vez em mais de uma década, os membros da entidade disseram que tinham todas as opções em aberto e evitaram sinalizar que os juros sigam um "curso pré-determinado".
A guerra comercial do presidente Donald Trump com Pequim elevou as incertezas mundiais e freou os investimentos das empresas, justamente num momento em que a China tende a crescer menos e a Europa sofre com a incerteza do Brexit.
O Fed espera que esses riscos se mantenham e que "a continuada fraqueza no crescimento econômico mundial e as atuais tensões comerciais tenham o potencial de desacelerar a atividade econômica dos Estados Unidos", segundo a ata da reunião de política monetária do Fedde 30 e 31 de julho.
Após quatro aumentos de juros em 2018, o último em dezembro, o organismo ficou pressionado por Trump para voltar atrás e estimular a economia com um corte das taxas.
Embora o documento não se refira às pressões de Trump, os membros do Fed disseram que "serão guiados por informações futuras e suas implicações para as perspectivas econômicas e evitarão qualquer aparência de seguir um curso pré-determinado".
O corte decidido naquela reunião foi visto como "parte de uma recalibração" e, dada a incerteza em torno das perspectivas, os membros da instituição "enfatizaram a necessidade de permanecer flexível e focados nas implicações dos dados futuros".
O presidente do Fed, Jerome Powell, admitiu na coletiva de imprensa em 31 de julho que o corte era um seguro "contra os riscos do fraco crescimento econômico global e da incerteza comercial".
E a ata mostrou que as autoridades estavam "cientes" de que as tensões comerciais estavam longe de serem resolvidas e que as incertezas poderiam se intensificar novamente.