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Aumento de gastos reduz superávit do setor público

Queda nas contribuições das estatais em julho também influenciou resultado, mas meta deve ser atingida

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h46.

O aumento dos gastos para manutenção do Estado está reduzindo o superávit primário do governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central), estados, municípios e empresas estatais. De janeiro a julho, o saldo das contas do setor público ficou positivo em 62,8 bilhões de reais, o equivalente a 5,39% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto no mesmo período do ano passado o resultado foi de 68,7 bilhões de reais - 6,36% do PIB. Os números surpreenderam o mercado, que esperava queda menor no indicador.

Nos sete primeiros meses de 2006 a arrecadação do governo cresceu 11% e as despesas, 14,8%. Além do aumento dos gastos, outro fator que impulsionou a queda do superávit, segundo o professor da Brazilian Business School, Luciano Fernandes Telo, foi a redução dos resultados das estatais. "Em julho, elas contribuíram com apenas 39 milhões de reais, enquanto a média do primeiro semestre foi de 1 bilhão de reais", afirma.De acordo com Telo, as estatais realizaram pagamentos de dívidas no primeiro semestre, movimento que não se repetiu em julho.

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No acumulado dos últimos 12 meses, o superávit primário ficou em 87,5 bilhões de reais - 4,33% do PIB - inferior aos 90,7 bilhões de reais (4,52% do PIB) verificados em junho. Apesar da queda, o professor da Brazilian Business School afirma que a meta de 4,25% do PIB não deve ser comprometida. "No longo prazo, porém, preocupa o crescimento dos gastos do governo, já que isso limita a possibilidade de redução da carga tributária e de investimentos na economia", diz.

Dívida líquida

A dívida líquida do setor público ficou estável em junho, correspondendo a 50,3% do PIB. Em valores, a dívida passou de 1,024 trilhão de reais em junho para 1,030 trilhão de reais em julho.

No ano, no entanto, a dívida líquida em relação ao PIB recuou 1,2 ponto percentual, já que em dezembro de 2005 erade  51,3%. De acordo com o Banco Central, a valorização de 7% no câmbio nos sete primeiros meses de 2006, o crescimento do PIB e as privatizações contribuíram para a queda. O recuo se deu apesar da pressão exercida pelo pagamento de 95,1 bilhões de reais em juros e o ajuste de paridade entre as moedas que compõem a dívida externa.

Para Telo, a dívida líquida do setor público deve cair nos próximos meses. "Como a taxa Selic está em queda, tudo indica que a dívida deverá recuar também", afirma.

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