Atividade econômica tem nova queda apesar do varejo, diz BC
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central teve queda de 0,52 por cento em novembro sobre outubro
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2016 às 08h48.
Brasília - A atividade econômica seguiu trajetória de baixa em novembro apesar do desempenho positivo do varejo, pavimentando o caminho para o Brasil fechar o ano com mais um trimestre no vermelho.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto ( PIB ), teve queda de 0,52 por cento em novembro sobre outubro, de acordo com dados dessazonalizados divulgados pelo BC nesta sexta-feira.
Apesar do número ruim, ele foi melhor do que a expectativa de especialistas consultados pela Reuters, que projetavam uma queda de 1 por cento.
O desempenho negativo de novembro foi o nono mês seguido de atividade no vermelho em 2015, refletindo o contínuo mergulho da economia em meio às incertezas fiscais e políticas no país.
"A gente está vendo o PIB em queda livre. Todos os sinais são de que a gente vai continuar assim por um tempo ainda", avaliou a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, ressaltando que o ajuste no mercado de trabalho, que naturalmente ocorre de forma defasada, ainda está em fase inicial.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.
Na comparação com novembro de 2014, o índice caiu 6,72 por cento. De janeiro a novembro do ano passado o declínio foi de 3,88 por cento, chegando a 3,63 por cento no acumulado em 12 meses, sempre em números dessazonalizados.
O BC também revisou a queda do IBC-Br em outubro para 0,55 por cento, contra recuo de 0,63 por cento divulgado antes.
O desempenho de diversos setores vem alimentando o cenário recessivo, marcado também por deterioração do mercado de trabalho e dos índices de confiança em meio a altos patamares de inflação e juros.
Em novembro, a produção industrial brasileira caiu 2,4 por cento ante outubro, num desempenho bem pior que o esperado pelo mercado, influenciado pelo desastre em Mariana (MG) e greve na Petrobras.
Já as vendas no varejo subiram sobre o mês anterior, impulsionadas por antecipações das compras de Natal, mas cravaram a pior performance na comparação anual desde 2003.
Em outubro, as vendas no varejo também subiram, mas Zeina apontou que isso não ajuda a reverter as perspectivas de retração para o último trimestre de 2015.
Os consumidores podem ter aproveitado uma janela de oportunidades para as compras de fim de ano, disse a economista da XP, já que índices de diversas entidades mostram vendas fracas em dezembro.
"É possível que a gente tenha no dado dessazonalizado uma volta a queda mais forte dos indicadores de varejo. Tem que tomar cuidado com informações de curto prazo para concluir sobre tendência. Quando a gente olha a linha de tendência do varejo, ela continua também em queda", afirmou.
Para 2015, o BC estima que haverá uma contração de 3,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), a maior queda em décadas.
Na avaliação de economistas consultados pela pesquisa Focus, a toada recessiva será repetida em 2016, com retração de 2,99 da atividade econômica.
Brasília - A atividade econômica seguiu trajetória de baixa em novembro apesar do desempenho positivo do varejo, pavimentando o caminho para o Brasil fechar o ano com mais um trimestre no vermelho.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto ( PIB ), teve queda de 0,52 por cento em novembro sobre outubro, de acordo com dados dessazonalizados divulgados pelo BC nesta sexta-feira.
Apesar do número ruim, ele foi melhor do que a expectativa de especialistas consultados pela Reuters, que projetavam uma queda de 1 por cento.
O desempenho negativo de novembro foi o nono mês seguido de atividade no vermelho em 2015, refletindo o contínuo mergulho da economia em meio às incertezas fiscais e políticas no país.
"A gente está vendo o PIB em queda livre. Todos os sinais são de que a gente vai continuar assim por um tempo ainda", avaliou a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, ressaltando que o ajuste no mercado de trabalho, que naturalmente ocorre de forma defasada, ainda está em fase inicial.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.
Na comparação com novembro de 2014, o índice caiu 6,72 por cento. De janeiro a novembro do ano passado o declínio foi de 3,88 por cento, chegando a 3,63 por cento no acumulado em 12 meses, sempre em números dessazonalizados.
O BC também revisou a queda do IBC-Br em outubro para 0,55 por cento, contra recuo de 0,63 por cento divulgado antes.
O desempenho de diversos setores vem alimentando o cenário recessivo, marcado também por deterioração do mercado de trabalho e dos índices de confiança em meio a altos patamares de inflação e juros.
Em novembro, a produção industrial brasileira caiu 2,4 por cento ante outubro, num desempenho bem pior que o esperado pelo mercado, influenciado pelo desastre em Mariana (MG) e greve na Petrobras.
Já as vendas no varejo subiram sobre o mês anterior, impulsionadas por antecipações das compras de Natal, mas cravaram a pior performance na comparação anual desde 2003.
Em outubro, as vendas no varejo também subiram, mas Zeina apontou que isso não ajuda a reverter as perspectivas de retração para o último trimestre de 2015.
Os consumidores podem ter aproveitado uma janela de oportunidades para as compras de fim de ano, disse a economista da XP, já que índices de diversas entidades mostram vendas fracas em dezembro.
"É possível que a gente tenha no dado dessazonalizado uma volta a queda mais forte dos indicadores de varejo. Tem que tomar cuidado com informações de curto prazo para concluir sobre tendência. Quando a gente olha a linha de tendência do varejo, ela continua também em queda", afirmou.
Para 2015, o BC estima que haverá uma contração de 3,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), a maior queda em décadas.
Na avaliação de economistas consultados pela pesquisa Focus, a toada recessiva será repetida em 2016, com retração de 2,99 da atividade econômica.