São Paulo - O nível de atividade da indústria paulista cresceu 7% em março em comparação a fevereiro. Com o ajuste sazonal, ou seja, sem a influência de fatores típicos do período, o aumento foi de 0,2%, de acordo com o Indicador de Nível de Atividade (INA), divulgado hoje (28) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Na comparação com março de 2010, houve um crescimento de 1,3%. No primeiro trimestre, o nível de atividade da indústria teve expansão de 4,4% e, no acumulado dos últimos 12 meses, de 6,5%. De acordo com os dados, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu 0,4% na comparação com o mês anterior, ao passar de 83,6% para 83,2%.

Segundo o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), Paulo Francini, o mês de março normalmente apresenta crescimento vigoroso, mas, neste ano, foi influenciado pelo carnaval, que, diferentemente de anos anteriores, caiu no final de março. “Se analisarmos o ano de 2003, veremos que, em março, a atividade da indústria também foi mais baixa que nos meses anteriores e o mês de março também teve carnaval”.

Entre os setores que merecem destaque, está o de veículos automotores, que apresentou queda de 2,9% em março, na comparação com fevereiro. Na comparação com março de 2010, também houve queda (-6,4%). No trimestre, foi registrado crescimento de 5,2%. “Os resultados do setor são decorrentes das medidas macroprudenciais do governo que interferem na concessão de crédito, que teve queda de 32,7% em março. O veículo é o bem que mais sofre com a redução do crédito”.

O setor de artigos de borracha e plástico teve elevação da atividade em março (4,7%), em função da recuperação das vendas de caminhões. Na comparação com março do ano passado, houve elevação de 1,9%. No trimestre, o crescimento foi 3,4% e, no acumulado dos últimos 12 meses, 6,3%.

Já o setor de máquinas e equipamentos teve crescimento de 11,6% em março ante fevereiro, mas caiu 0,6% na comparação com março de 2010. Nos três primeiros meses do ano, registrou elevação de 4,3% e, no acumulado de 12 meses, cresceu 16%.

Pesquisa feita pela Fiesp indicou que as empresas acreditam que a situação do emprego deve melhorar, com o índice de credibilidade em relação ao tema tendo passado de 47,7, em março, para 53,8 em abril. Em relação às vendas, a indústria não está otimista, pois acredita que haverá queda. O índice nesse quesito estava em 61,5, em março, e passou para 52,6, em abril.