Dinheiro: a Rosenberg Associados trabalhava com estimativa de R$ 102,500 bi para arrecadação de outubro (Marcos Santos/usp imagens)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2014 às 15h08.
São Paulo - O resultado da arrecadação federal de outubro não altera o cenário fraco de entrada de impostos e contribuições federais que vem sendo observado em 2014.
A opinião é do economista Rafael Bistafa, da Rosenberg Associados, que, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, disse que continua com a avaliação de um quadro desfavorável para as receitas que tende a se prolongar pelos próximos meses.
"Não alivia o cenário, já que houve uma queda real em relação a outubro de 2013", comentou Bistafa, lembrando que os números do décimo mês de 2014 ainda contaram com uma ajuda do Refis, programa de parcelamento de débitos que já havia ajudado a arrecadação de setembro com um número abaixo do esperado.
"A receita com Refis (em outubro) somou cerca de R$ 1,7 bilhão. Não havíamos feito uma projeção para esse tipo de receita, mas estávamos com a expectativa do governo, que era de R$ 2,2 bilhões mensais. Então, foi um resultado frustrado", disse.
Nesta segunda-feira, 24, a Secretaria da Receita Federal divulgou que a arrecadação de impostos e contribuições federais de outubro totalizou R$ 106,215 bilhões, uma queda real (com correção da inflação pelo IPCA) de 1,33% em relação a outubro do ano passado.
Na comparação com setembro de 2014, houve alta de 16,59%.
O resultado efetivo do décimo mês de 2014 ficou muito próximo do esperado pelos analistas do mercado consultados pelo AE Projeções, com base na mediana das previsões.
De acordo com o levantamento do serviço especializado do Broadcast, as expectativas indicavam um resultado de arrecadação de R$ 91,036 bilhões a R$ 110 bilhões para os cofres públicos, com mediana de R$ 106 bilhões.
A Rosenberg Associados trabalhava com uma estimativa de R$ 102,500 bilhões para a arrecadação federal de outubro.
Para Bistafa, não somente o quadro de 2014 continua fraco como o de 2015 tende a se iniciar com perspectivas "bastante ruins", principalmente no primeiro semestre.
Questionado sobre a projeção da Rosenberg para o desempenho da arrecadação de 2014 em relação a 2013, o economista respondeu que o valor deste ano tende a avançar muito pouco.
Segundo ele, o total arrecadado deverá representar um crescimento de apenas 0,5%, em termos reais, ante o ano passado.