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Argentina tenta vender mais ao Brasil

Antes de concordar com a liberação das mercadorias brasileiras barradas na fronteira, o país quer o compromisso dos empresários de que vão comprar mais bens argentinos

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, será o anfitrião da rodada de negociações entre empresários argentinos e brasileiros (Kenia Hernandes/VEJA São Paulo)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2012 às 09h59.

Buenos Aires - A proposta que o secretário de Comércio Interior da Argentina , Guillermo Moreno, leva para o Brasil nesta terça-feira inverte a lógica da negociação bilateral: antes de concordar com a liberação das mercadorias brasileiras barradas na fronteira desde o início do ano, ele quer o compromisso dos empresários de que vão comprar mais bens argentinos. A missão comercial liderada pelo secretário conta com 580 empresários da Confederação Geral Empresarial, que reúne pequenas e médias empresas. O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, será o anfitrião.

A rodada de negociação foi proposta por Skaf, durante visita a Buenos Aires, em fevereiro, quando tentou negociar com o governo argentino a abertura do mercado do sócio para os produtos brasileiros, barrados por novas restrições impostas por Moreno. A visita de Skaf provocou atrito com o presidente da União Industrial Argentina (UIA), Ignacio de Mendiguren, que não foi incluído nas conversas. "É uma tolice querer negociar na Argentina sem conversar com a UIA", disse à Agência Estado uma alta fonte da organização.

Recentemente, Mendiguren foi à Brasília sem convidar Skaf para as conversas que teve com o governo brasileiro. O resultado desse atrito poderá ser observado na missão de hoje em São Paulo, que não conta com a presença da UIA. Os empresários convocados são de setores variados: alimentos e bebida, cosméticos, limpeza, confecções, calçados, máquinas agrícolas, eletrodomésticos e software. Cada nota de pedido do Brasil por produto argentino será contada como ponto para que Moreno libere a entrada de mercadorias brasileiras.

O objetivo do secretário é aumentar as exportações da Argentina para o Brasil e reduzir o déficit estrutural que possui com o principal sócio do Mercosul. No último ano, Moreno deixou de ser somente o xerife dos preços para ocupar a posição de super-secretário. "Esta missão se constitui na maior comitiva empresarial recebida pelo Brasil e se trata de uma das missões comerciais de maior magnitude que a Argentina estimulou", afirmou uma nota do Ministério de Relações Exteriores.

Moreno estará acompanhado por Beatriz Paglieri, a secretária de Comércio Exterior que, em tese, seria a pessoa encarregada das negociações. Porém, Paglieri é somente o braço direito de Moreno e não negocia. A secretária de Relações Econômicas Internacionais da Chancelaria, Cecilia Nahón, também acompanha a comitiva.

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Buenos Aires - A proposta que o secretário de Comércio Interior da Argentina , Guillermo Moreno, leva para o Brasil nesta terça-feira inverte a lógica da negociação bilateral: antes de concordar com a liberação das mercadorias brasileiras barradas na fronteira desde o início do ano, ele quer o compromisso dos empresários de que vão comprar mais bens argentinos. A missão comercial liderada pelo secretário conta com 580 empresários da Confederação Geral Empresarial, que reúne pequenas e médias empresas. O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, será o anfitrião.

A rodada de negociação foi proposta por Skaf, durante visita a Buenos Aires, em fevereiro, quando tentou negociar com o governo argentino a abertura do mercado do sócio para os produtos brasileiros, barrados por novas restrições impostas por Moreno. A visita de Skaf provocou atrito com o presidente da União Industrial Argentina (UIA), Ignacio de Mendiguren, que não foi incluído nas conversas. "É uma tolice querer negociar na Argentina sem conversar com a UIA", disse à Agência Estado uma alta fonte da organização.

Recentemente, Mendiguren foi à Brasília sem convidar Skaf para as conversas que teve com o governo brasileiro. O resultado desse atrito poderá ser observado na missão de hoje em São Paulo, que não conta com a presença da UIA. Os empresários convocados são de setores variados: alimentos e bebida, cosméticos, limpeza, confecções, calçados, máquinas agrícolas, eletrodomésticos e software. Cada nota de pedido do Brasil por produto argentino será contada como ponto para que Moreno libere a entrada de mercadorias brasileiras.

O objetivo do secretário é aumentar as exportações da Argentina para o Brasil e reduzir o déficit estrutural que possui com o principal sócio do Mercosul. No último ano, Moreno deixou de ser somente o xerife dos preços para ocupar a posição de super-secretário. "Esta missão se constitui na maior comitiva empresarial recebida pelo Brasil e se trata de uma das missões comerciais de maior magnitude que a Argentina estimulou", afirmou uma nota do Ministério de Relações Exteriores.

Moreno estará acompanhado por Beatriz Paglieri, a secretária de Comércio Exterior que, em tese, seria a pessoa encarregada das negociações. Porém, Paglieri é somente o braço direito de Moreno e não negocia. A secretária de Relações Econômicas Internacionais da Chancelaria, Cecilia Nahón, também acompanha a comitiva.

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