Argentina pede "mais segurança financeira" de desenvolvidos
A chefe de Estado argentina foi a última a discursar em uma declaração à imprensa realizada depois da reunião privada entre os presidentes do Brasil
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2012 às 21h36.
Brasília - A presidente argentina, Cristina Kirchner, defendeu nesta terça-feira na cúpula extraordinária do Mercosul , em Brasília, "mais segurança e estabilidade financeira" e menos "discursos dúbios" por parte dos países desenvolvidos em relação à crise.
"Pedimos dos países desenvolvidos mais segurança financeira, mais estabilidade financeira para o mundo. Chega de paraísos fiscais, chega de discursos dúbios, é muito importante que reivindiquemos isso", disse Cristina durante a cúpula na qual a Venezuela foi incorporada oficialmente ao bloco.
A chefe de Estado argentina foi a última a discursar em uma declaração à imprensa realizada depois da reunião privada entre os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff; Uruguai, José Mujica, e Venezuela, Hugo Chávez.
"Voltou a ideia da Europa pôr um preço máximo às commodities, como se agora o problema fosse o preço das commodities", questionou Cristina, que lembrou que o Mercosul é um dos maiores produtores de alimentos do mundo.
Nesse sentido, a presidente afirmou: "Dizemos (aos países mais desenvolvidos) que podem ficar tranquilos porque vamos garantir a segurança alimentar".
"O problema da crise não é pela soja ou os grãos, mas pela insegurança financeira gerada por eles, pelos países desenvolvidos, com paraísos fiscais onde estão 400 trilhões de dólares", ressaltou.
A governante lembrou o discurso de Hugo Chávez, que citou a "solidão" pela qual passou a região desde sua independência no século 19.
"Os governos estabeleceram políticas baseadas no consenso de Washington e promoveram a exclusão nos países da América Latina e o Caribe", considerou.
Segundo Cristina, a região deve "criar os instrumentos para que nossos filhos e os filhos dos filhos cuidem de seus povos".
"Sempre trabalhamos para os que têm menos e nunca para os que têm mais", acrescentou a presidente, que citou uma frase do economista espanhol José Luis Sampedro.
Para Sampedro "existem dois tipos de economia, as que trabalham para que os ricos sejam mais ricos e as que trabalham para que os pobres sejam menos pobres".
Cristina se referiu também à inclusão da Venezuela como membro pleno do bloco e considerou a data como histórica por definir "definitivamente o que será o século 21".
"Em muitas de nossas sociedades se apostava no Mercosul como um fracasso e agora eu gostaria de resgatar a figura de dois ex-presidentes, Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner (Argentina), que começaram em 2003 com projetos sociais e democráticos", destacou.
Brasília - A presidente argentina, Cristina Kirchner, defendeu nesta terça-feira na cúpula extraordinária do Mercosul , em Brasília, "mais segurança e estabilidade financeira" e menos "discursos dúbios" por parte dos países desenvolvidos em relação à crise.
"Pedimos dos países desenvolvidos mais segurança financeira, mais estabilidade financeira para o mundo. Chega de paraísos fiscais, chega de discursos dúbios, é muito importante que reivindiquemos isso", disse Cristina durante a cúpula na qual a Venezuela foi incorporada oficialmente ao bloco.
A chefe de Estado argentina foi a última a discursar em uma declaração à imprensa realizada depois da reunião privada entre os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff; Uruguai, José Mujica, e Venezuela, Hugo Chávez.
"Voltou a ideia da Europa pôr um preço máximo às commodities, como se agora o problema fosse o preço das commodities", questionou Cristina, que lembrou que o Mercosul é um dos maiores produtores de alimentos do mundo.
Nesse sentido, a presidente afirmou: "Dizemos (aos países mais desenvolvidos) que podem ficar tranquilos porque vamos garantir a segurança alimentar".
"O problema da crise não é pela soja ou os grãos, mas pela insegurança financeira gerada por eles, pelos países desenvolvidos, com paraísos fiscais onde estão 400 trilhões de dólares", ressaltou.
A governante lembrou o discurso de Hugo Chávez, que citou a "solidão" pela qual passou a região desde sua independência no século 19.
"Os governos estabeleceram políticas baseadas no consenso de Washington e promoveram a exclusão nos países da América Latina e o Caribe", considerou.
Segundo Cristina, a região deve "criar os instrumentos para que nossos filhos e os filhos dos filhos cuidem de seus povos".
"Sempre trabalhamos para os que têm menos e nunca para os que têm mais", acrescentou a presidente, que citou uma frase do economista espanhol José Luis Sampedro.
Para Sampedro "existem dois tipos de economia, as que trabalham para que os ricos sejam mais ricos e as que trabalham para que os pobres sejam menos pobres".
Cristina se referiu também à inclusão da Venezuela como membro pleno do bloco e considerou a data como histórica por definir "definitivamente o que será o século 21".
"Em muitas de nossas sociedades se apostava no Mercosul como um fracasso e agora eu gostaria de resgatar a figura de dois ex-presidentes, Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner (Argentina), que começaram em 2003 com projetos sociais e democráticos", destacou.