Argentina avalia estender controle de preços sobre carne bovina
Anos de recessão e inflação, combinados com fortes exportações e mudanças de hábitos alimentares, reduziram consumo da proteína ao menor nível em um século
Ligia Tuon
Publicado em 2 de fevereiro de 2020 às 08h00.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2020 às 09h00.
O Ministério da Produção da Argentina que incluir mais cortes de carne bovina ao sistema de controle de preços, em uma tentativa de tornar o produto mais acessível diante da inflação galopante, de acordo com uma autoridade ministerial.
Representantes do governo e da indústria avaliam possíveis adições ao programa “precios cuidados”, disse a autoridade, acrescentando que nenhuma decisão foi tomada.
Sob o sistema atual, os preços são controlados para quatro tipos de cortes nos supermercados, permitindo que os açougueiros compensem a perda cobrando mais por outros cortes, o que, por sua vez, permite que pecuaristas recebam preços totais de mercado. Uma expansão do programa pode mudar esse acordo.
Anos de recessão e inflação nas alturas, combinados com fortes exportações e mudanças de hábitos alimentares, reduziram o consumo de carne vermelha ao menor nível em um século na Argentina. No ano passado, o consumo por pessoa caiu para 51 kg, o nível mais baixo desde 1920, de acordo com a Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da República Argentina (CICCRA).
Mas, na Argentina, tradicionalmente um dos países com maior peso da pecuária, a carne bovina ainda é considerada um item básico, transformando o aumento de preços em questão política para o partido peronista. A inflação no país atingiu 54% no ano passado, a mais alta em quase 30 anos.