Apagão não tem relação com segurança energética, diz ministro de Minas e Energia
Chefe da pasta explicou que acontecimento é raro e foi causado por eventos no Ceará e outro ainda não identificado
Agência de notícias
Publicado em 15 de agosto de 2023 às 17h49.
Última atualização em 15 de agosto de 2023 às 19h19.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira , disse nesta terça-feira, 15, que o apagão não tem relação com a segurança energética do país. Ele afirmou que o acontecimento é raro e o que ocorreu hoje foi causado por dois eventos: um no Ceará e outro ainda não identificado.
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O ministro disse que dois eventos causaram o problema.
"Um dos eventos já apontados pela ONS [ Operador Nacional do Sistema Elétrico ] aconteceu no Norte do Nordeste, no Ceará. O outro evento está sendo investigado. A ONS minimizou carga das regiões Sul e Sudeste para não haver interrupção total.
Ele reforçou que casos desse tipo só acontecem quando há mais de um problema simultâneo.
"O que aconteceu hoje é extremamente raro, porque nós temos um sistema redundante. Para acontecer um evento nessa magnitude precisa ter dois eventos concomitantes em linhas de transmissão de alta capacidade.
O apagão afetou 25 estados e o Distrito Federal. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, uma "ocorrência" às 8h31 levou a uma "separação elétrica" no sistema interligado.
Na prática, é como se as regiões Norte e Nordeste do país tivessem se desconectado das regiões Sul e Sudeste. O apagão causou transtornos em diversas cidades, como desligamento de semáforos, paralisação de metrô e interrupção de aulas em escolas.
Críticas à privatização da Eletrobras
O ministro voltou a criticar a privatização da Eletrobras e disse que a venda da estatal fez mal ao sistema. Mas evitou fazer ligação entre o apagão de hoje e a desestatização.
"A minha posição é de que a privatização da Eletrobras fez mal ao sistema. O braço operacional do setor elétrico, que era o Sistema Eletrobras, realmente os brasileiros perderam muito com a privatização", afirmou Silveira.
Ele disse que soube da mudança no comando da Eletrobras, com a saída de Wilson Ferreira Jr., pela imprensa.
"Essa mudança abrupta, sem uma sinergia com uma política pública, reafirma o que tenho dito. A privatização tirou a possibilidade de nós termos um sistema mais harmônico. É uma posição que já externei diversas vezes.
Sobre a fala da primeira-dama, Janja da Silva, que foi a uma rede social na manhã desta terça-feira ironizar a privatização da empresa, o ministro considerou o comentário como "natural".
"Manifestação natural e real de um fato que aconteceu e que gera instabilidade para o setor elétrico nacional."
Possibilidade de dolo
O ministro levantou a possibilidade de dolo, citando a derrubada de torres de transmissão de energia elétrica no início do ano, e disse que irá acionar a Polícia Federal e a Abin.
"Eu estou, além de determinar as apurações internas, estou oficiando o Ministério da Justiça para que seja encaminhada à Polícia Federal o pedido de instalação de um inquérito para que apure com detalhes o que poderia ter ocorrido."