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O que acontece na Black Friday fica na Black Friday

Comprar na Black Friday deixa a marca do produto no coração do cliente ou apenas no bolso?

Black Friday (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)
MO

Marcio Oliveira

Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 10h05.

Última atualização em 27 de novembro de 2021 às 21h01.

Mais um ano, mais uma Black Friday. É incrível como essa data tomou uma importância tão grande no calendário brasileiro e em tão pouco tempo. Para muitos varejistas, a Black Friday já é mais importante nos resultados do que o Natal, Dia das Mães ou Dia das Crianças.

Costumo falar que no relacionamento com uma empresa o ser humano é movido por seus três órgãos vitais que controlam o seu comportamento de consumo, que nomeio como Mente, Coração e Bolso.

Em uma rápida explicação, a Mente direciona o aspecto racional de uma compra, ou seja, quando ela é necessária até mesmo quando, no fundo, o cliente preferiria não ter que consumir, como um seguro de carro, por exemplo. O Coração é aquela compra por impulso ou então porque você gosta muito de uma marca e, neste caso, o preço quase nunca é um fator decisório. E o Bolso, que é a pessoa que basicamente se preocupa apenas com o preço do produto e nunca tem muita ligação com uma marca, pode estar ligado com o senso de oportunidade (ou oportunismo) e por isso, é também aquela pessoa mais difícil de se fidelizar até porque acredito que o cliente que vem pelo preço, também vai embora pelo preço.

E, conscientemente ou não, parece que são apenas estes clientes do tipo Bolso que as empresas acabam buscando nesta data. Entendo que a essência da Black Friday é basicamente de preço, por isso inclusive é praticamente impossível achar algum tipo de comunicação nesta data sem o forte (e desesperado) apelo comercial.

Mas a sensação que tenho também é que muitas empresas acabam perdendo a mão no relacionamento com seus clientes, e um relacionamento que muitas vezes demorou demais para ser construído e consolidado. Parece que a euforia ou mesmo a pressão por resultados fazem com que as empresas se esqueçam ou não queiram olhar de verdade para isso, afinal, o resultado de vendas é o que conta. É quase um vale tudo do carnaval ou de uma noite em Las Vegas, onde fica a sensação de quem ninguém quer ser fiel a ninguém e que vale apenas a sensação de ter levado alguma vantagem (seja a empresa ou o cliente). Um desespero que muitas vezes deixa, inclusive, alguns “corpos” pelo caminho. Sinceramente, não vejo muito sentido nisso.

E o Natal já está aí também. Ainda bem que o clima nesta data, para alguns, é diferente.

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Em uma rápida explicação, a Mente direciona o aspecto racional de uma compra, ou seja, quando ela é necessária até mesmo quando, no fundo, o cliente preferiria não ter que consumir, como um seguro de carro, por exemplo. O Coração é aquela compra por impulso ou então porque você gosta muito de uma marca e, neste caso, o preço quase nunca é um fator decisório. E o Bolso, que é a pessoa que basicamente se preocupa apenas com o preço do produto e nunca tem muita ligação com uma marca, pode estar ligado com o senso de oportunidade (ou oportunismo) e por isso, é também aquela pessoa mais difícil de se fidelizar até porque acredito que o cliente que vem pelo preço, também vai embora pelo preço.

E, conscientemente ou não, parece que são apenas estes clientes do tipo Bolso que as empresas acabam buscando nesta data. Entendo que a essência da Black Friday é basicamente de preço, por isso inclusive é praticamente impossível achar algum tipo de comunicação nesta data sem o forte (e desesperado) apelo comercial.

Mas a sensação que tenho também é que muitas empresas acabam perdendo a mão no relacionamento com seus clientes, e um relacionamento que muitas vezes demorou demais para ser construído e consolidado. Parece que a euforia ou mesmo a pressão por resultados fazem com que as empresas se esqueçam ou não queiram olhar de verdade para isso, afinal, o resultado de vendas é o que conta. É quase um vale tudo do carnaval ou de uma noite em Las Vegas, onde fica a sensação de quem ninguém quer ser fiel a ninguém e que vale apenas a sensação de ter levado alguma vantagem (seja a empresa ou o cliente). Um desespero que muitas vezes deixa, inclusive, alguns “corpos” pelo caminho. Sinceramente, não vejo muito sentido nisso.

E o Natal já está aí também. Ainda bem que o clima nesta data, para alguns, é diferente.

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