Nova lei de proteção de dados pessoais X Cultura brasileira
O que significa o surgimento da nova lei para você? Uma oportunidade para nos reeducarmos ou apenas mais uma obrigatoriedade para cumprir?
Marcio Oliveira
Publicado em 20 de agosto de 2018 às 11h19.
Agora que a lei de proteção de dados pessoais foi sancionada pelo presidente Temer, começou a contar o prazo de 18 meses para o mercado se adaptar às condições que esta lei exige, mas a partir de algumas conversas, percebo que ela ainda gera muitas dúvidas em alguns profissionais, principalmente da área de marketing.
A maioria ainda não conhece em profundidade os detalhes desta lei e alguns sabem que ela pode impactar profundamente seus negócios, mas ainda me espanta o fato de que alguns acreditam que, no fundo, esta lei não vai “pegar”, já que muitas leis feitas no País são simplesmente ignoradas, e preferem apostar suas fichas nisso ou esperar pra ver o que vai acontecer antes de começar a mudar algo nas suas empresas. Sinceramente, não recomendo esta atitude a ninguém por dois motivos bem simples.
Primeiro porque a relação entre as empresas e as pessoas já mudaram completamente em muitos mercados simplesmente porque, atualmente, as pessoas tem acesso a muito mais informações, verdadeiras e falsas a propósito, e muito mais independência para buscá-las através de seus smartphones, seja pesquisando na Internet, lendo nas Redes Sociais ou recebendo mensagens nos seus grupos de WhatsApp, o que faz com que a influência das empresas nas mentes dos seus consumidores acabe assim ficando mais difícil.
Segundo porque respeitar uma lei é o certo a se fazer, gostemos dela ou não. Se a lei tem alguma distorção, busquemos, então, as formas corretas de contestá-la. Nosso País vive várias crises pesadas (política, social, econômica), mas acredito que a crise mais importante que vivemos é a crise moral, que convenientemente chamamos de "cultura brasileira" ou "jeitinho brasileiro". Todas as outras, para mim, são consequências naturais dela e nunca serão resolvidas se não olharmos para onde os problemas realmente nascem. Mas isso incomoda, pois uma crise moral nasce dentro de cada um de nós e fica difícil de apontarmos um culpado externo como também é comum e, no fundo, até somos estimulados a fazer em nossa sociedade. Culpa dos políticos, culpa da esquerda, culpa da direita, culpa dos bancos, culpa das megaempresas, culpa dos Estados Unidos e por aí vai...
Mas voltando ao comportamento das empresas vejo, na verdade, que esta lei é uma grande oportunidade: primeiro para, de fato, usarem os dados coletados com mais sabedoria e planejamento e menos ansiedade, não achando, assim, que eles são uma fórmula mágica para aumento de vendas (coisa que nunca foram, aliás).
Além disso, é também uma oportunidade de mostrar transparência e ética no relacionamento com seus clientes na prática e de verdade, não apenas nos discursos de comunicação e propagandas.
E com certeza, no final, com paciência e sentido de dever cumprido e pensando também no que eu disse acima sobre o comportamento das pessoas atualmente na busca de informações, será possível capitalizar o bônus natural que isso irá trazer na imagem da empresa.
Agora que a lei de proteção de dados pessoais foi sancionada pelo presidente Temer, começou a contar o prazo de 18 meses para o mercado se adaptar às condições que esta lei exige, mas a partir de algumas conversas, percebo que ela ainda gera muitas dúvidas em alguns profissionais, principalmente da área de marketing.
A maioria ainda não conhece em profundidade os detalhes desta lei e alguns sabem que ela pode impactar profundamente seus negócios, mas ainda me espanta o fato de que alguns acreditam que, no fundo, esta lei não vai “pegar”, já que muitas leis feitas no País são simplesmente ignoradas, e preferem apostar suas fichas nisso ou esperar pra ver o que vai acontecer antes de começar a mudar algo nas suas empresas. Sinceramente, não recomendo esta atitude a ninguém por dois motivos bem simples.
Primeiro porque a relação entre as empresas e as pessoas já mudaram completamente em muitos mercados simplesmente porque, atualmente, as pessoas tem acesso a muito mais informações, verdadeiras e falsas a propósito, e muito mais independência para buscá-las através de seus smartphones, seja pesquisando na Internet, lendo nas Redes Sociais ou recebendo mensagens nos seus grupos de WhatsApp, o que faz com que a influência das empresas nas mentes dos seus consumidores acabe assim ficando mais difícil.
Segundo porque respeitar uma lei é o certo a se fazer, gostemos dela ou não. Se a lei tem alguma distorção, busquemos, então, as formas corretas de contestá-la. Nosso País vive várias crises pesadas (política, social, econômica), mas acredito que a crise mais importante que vivemos é a crise moral, que convenientemente chamamos de "cultura brasileira" ou "jeitinho brasileiro". Todas as outras, para mim, são consequências naturais dela e nunca serão resolvidas se não olharmos para onde os problemas realmente nascem. Mas isso incomoda, pois uma crise moral nasce dentro de cada um de nós e fica difícil de apontarmos um culpado externo como também é comum e, no fundo, até somos estimulados a fazer em nossa sociedade. Culpa dos políticos, culpa da esquerda, culpa da direita, culpa dos bancos, culpa das megaempresas, culpa dos Estados Unidos e por aí vai...
Mas voltando ao comportamento das empresas vejo, na verdade, que esta lei é uma grande oportunidade: primeiro para, de fato, usarem os dados coletados com mais sabedoria e planejamento e menos ansiedade, não achando, assim, que eles são uma fórmula mágica para aumento de vendas (coisa que nunca foram, aliás).
Além disso, é também uma oportunidade de mostrar transparência e ética no relacionamento com seus clientes na prática e de verdade, não apenas nos discursos de comunicação e propagandas.
E com certeza, no final, com paciência e sentido de dever cumprido e pensando também no que eu disse acima sobre o comportamento das pessoas atualmente na busca de informações, será possível capitalizar o bônus natural que isso irá trazer na imagem da empresa.