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ODS 1, de erradicação da pobreza, precisa ser acelerado

Estamos a seis anos do prazo estabelecido para as resoluções dos dezessete temas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Estamos diante de números que exigem foco e engajamento dos órgãos governamentais e das empresas (Jorge Araujo/Fotos Públicas)
Estamos diante de números que exigem foco e engajamento dos órgãos governamentais e das empresas (Jorge Araujo/Fotos Públicas)

Os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), são um plano de ação estabelecido em 2015, pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo diminuir as desigualdades sociais, proteger o meio ambiente e assim aumentar o crescimento econômico mundial de maneira equitativa. Fazem parte da Agenda 2030, com prazo fixado para implantação. Mas já passamos de mais da metade do período acordado, e os resultados até aqui são preocupantes.

Estamos diante de números que exigem foco e engajamento dos órgãos governamentais e das empresas, para promover ações pertinentes aos temas que ainda não resultaram na média prevista para o momento. A erradicação da pobreza, que mira pessoas que vivem com renda menor que US$1,25 ao dia, é algo que precisa ser enxergado como prioridade.

Trata-se do ODS 1, e está diretamente ligado com tópicos como, fome zero (o ODS 2) e, emprego digno e crescimento econômico (o ODS 8). Infelizmente, ainda não obteve um progresso significativo de acordo com o que foi proposto a fim de atenuar o efeito das desigualdades sociais.

Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) (Agenda 2030: objetivo de desenvolvimento sustentável: avaliação do progresso das principais metas globais para o Brasil: 2024 ODS 1) mostra que não houve mudança de 2016 a 2022 referente à população que vive abaixo da linha de pobreza. Trata justamente da proposta da Agenda 2030, de diminuir pela metade a situação de pobreza, considerando homens, mulheres e crianças, conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa aponta também a pandemia de covid – 19, como principal fator no impacto dos resultados.

Tenho compartilhado dados relevantes sobre como os eventos que abrangem a sociedade em geral ressaltam ainda mais as desigualdades já existentes. Sempre que há uma catástrofe, os mais vulneráveis economicamente são os mais afetados.

Acredito que é preciso consolidar as metas já existentes, e criar novas. De acordo com os indicadores atuais, o progresso tem como fator relevante o engajamento e a participação de todos, assim como o comprometimento de promover ações para alcançar os objetivos em curso. Os tópicos são claros, mas ainda há muito que fazer para entender a necessidade dos que são atingidos diretamente pelo processo histórico de falta de acessos a direitos básicos e bens de consumo e por ocorrências como a pandemia.

Mitigar o impacto da Covid-19 que afetou a todos, mas principalmente as camadas mais vulneráveis da sociedade, é uma nova meta a ser buscada, pois está ligada diretamente aos resultados ainda não alcançados. A redistribuição de renda e a promoção de acesso à educação e ao trabalho são o caminho para que até em 2030 alcancemos os resultados já almejados. Aí sim será possível criar novas possibilidades.