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A empresa deve refletir a sociedade

Os discursos devem ser condizentes com as ações das corporações e para que as mesmas tenham o compromisso de reformular os caminhos internos

Diversidade: discursos devem ser condizentes com as ações das corporações (Marko Geber/Getty Images)
Rachel Maia

Fundadora e CEO da RM Consulting

Publicado em 17 de junho de 2024 às 11h52.

Última atualização em 18 de junho de 2024 às 15h02.

Há tempos, falamos que as empresas precisam refletir a sociedade, tanto em oportunidades quanto em representação, de maneira que todos se sintam pertencentes à equipe, com deveres e direitos, a fim de que o discurso acerca da diversidade se transforme em prática. As minhas percepções enquanto uma mulher negra que transita no meio empresarial e corporativo, atenta aos dados que refletem a nossa sociedade, perpassa o corporativismo e vai ao encontro do relacionamento entre os indivíduos.

Aprendi que dar nome às coisas evidencia a questão a ser trabalhada, além de possibilitar a construção de novos modos de agir. Quando a governança, por exemplo, reconhece que, em processos e execuções, os números não condizem com a realidade, é hora de avançar o debate, planejando e executando ações rumo à transformação.

ODS

Pensemos sobre três dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): paz, justiça e instituições fortes; emprego digno e crescimento econômico; redução das desigualdades. A partir desses eixos, componentes da Agenda 2030, podemos entender o papel importante das empresas em mudanças necessárias.

As desigualdades que correspondem às diferenças na sociedade são muitas e são elas que nos impedem de avançar economicamente. Proponho uma reflexão a respeito do que se entende como o time ideal, pois os dados a seguir revelam a disparidade que há entre profissionais exercendo a mesma função – ou a falta de funcionários diversos em cargos de destaque (compreendendo diversidade racial, de gênero, pessoas com deficiência etc).

De acordo com o estudo do Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, baseado no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trabalhadores pretos receberam, em média, no ano de 2021, R$ 10,90 por hora e os pardos, R$ 11,30 por hora. Já pessoas brancas ganharam R$19,00 por hora. Essa desigualdade também afeta quem tem mais de 60 anos, indígenas, PCDs, a comunidade LGBTQIA+ e demais grupos que precisam lutar ainda mais por um espaço no mercado de trabalho.

Voltemos aos ODS, agora ao 1 e 2: erradicação da pobreza e da fome, respectivamente. Para que cumprirmos essas metas, precisamos refletir (e, de fato, promover) sobre a inserção de indivíduos plurais no mercado, construindo independência financeira e ferramentas para o avanço rumo ao ODS 3 (boa saúde e bem-estar). A soma de vivências distintas e saberes é um item que deve ser relevante ao se montar uma equipe.

Diversidade e inclusão

Diversidade equivale às múltiplas características de uma pessoa, como raça, idade, gênero, origem, entre outras. Quando se trata de inclusão, analisam-se as barreiras que impedem com que um sujeito acesse o seu lugar de direito na sociedade de maneira livre, respeitosa e sem ressalvas.

Ter, entre os colaboradores, profissionais capacitados, com narrativas distintas, é um ganho importante para as empresas. Leis de inclusão foram e continuam sendo necessárias para que organizações olhem para grupos minorizados. Uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) que para cada 10% de crescimento étnico racial e de gênero nas empresas, houve em média um aumento de 5% de produtividade.

As reflexões e avanços sobre equidade têm aumentado. Porém, faz-se necessário que entendamos a urgência desse debate. O meu trabalho é para que os discursos sejam condizentes com as ações das corporações e para que as mesmas tenham o compromisso de reformular os caminhos internos e praticar a diversidade real, a diversidade que condiz com o todo.

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Há tempos, falamos que as empresas precisam refletir a sociedade, tanto em oportunidades quanto em representação, de maneira que todos se sintam pertencentes à equipe, com deveres e direitos, a fim de que o discurso acerca da diversidade se transforme em prática. As minhas percepções enquanto uma mulher negra que transita no meio empresarial e corporativo, atenta aos dados que refletem a nossa sociedade, perpassa o corporativismo e vai ao encontro do relacionamento entre os indivíduos.

Aprendi que dar nome às coisas evidencia a questão a ser trabalhada, além de possibilitar a construção de novos modos de agir. Quando a governança, por exemplo, reconhece que, em processos e execuções, os números não condizem com a realidade, é hora de avançar o debate, planejando e executando ações rumo à transformação.

ODS

Pensemos sobre três dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): paz, justiça e instituições fortes; emprego digno e crescimento econômico; redução das desigualdades. A partir desses eixos, componentes da Agenda 2030, podemos entender o papel importante das empresas em mudanças necessárias.

As desigualdades que correspondem às diferenças na sociedade são muitas e são elas que nos impedem de avançar economicamente. Proponho uma reflexão a respeito do que se entende como o time ideal, pois os dados a seguir revelam a disparidade que há entre profissionais exercendo a mesma função – ou a falta de funcionários diversos em cargos de destaque (compreendendo diversidade racial, de gênero, pessoas com deficiência etc).

De acordo com o estudo do Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, baseado no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trabalhadores pretos receberam, em média, no ano de 2021, R$ 10,90 por hora e os pardos, R$ 11,30 por hora. Já pessoas brancas ganharam R$19,00 por hora. Essa desigualdade também afeta quem tem mais de 60 anos, indígenas, PCDs, a comunidade LGBTQIA+ e demais grupos que precisam lutar ainda mais por um espaço no mercado de trabalho.

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Diversidade e inclusão

Diversidade equivale às múltiplas características de uma pessoa, como raça, idade, gênero, origem, entre outras. Quando se trata de inclusão, analisam-se as barreiras que impedem com que um sujeito acesse o seu lugar de direito na sociedade de maneira livre, respeitosa e sem ressalvas.

Ter, entre os colaboradores, profissionais capacitados, com narrativas distintas, é um ganho importante para as empresas. Leis de inclusão foram e continuam sendo necessárias para que organizações olhem para grupos minorizados. Uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) que para cada 10% de crescimento étnico racial e de gênero nas empresas, houve em média um aumento de 5% de produtividade.

As reflexões e avanços sobre equidade têm aumentado. Porém, faz-se necessário que entendamos a urgência desse debate. O meu trabalho é para que os discursos sejam condizentes com as ações das corporações e para que as mesmas tenham o compromisso de reformular os caminhos internos e praticar a diversidade real, a diversidade que condiz com o todo.

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