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Datafolha indica que a última semana será decisiva para SP

Tradicionalmente, esse é um dos pleitos mais difíceis de prever – e os institutos de pesquisa sofrem, aqui e ali, para acertar seus prognóstico

Marçal, Boulos e Nunes: os três lideram as pesquisas de intenção de voto (Leandro Fonseca/Exame/Facebook/Reprodução)

Publicado em 19 de setembro de 2024 às 18h10.

Todos os comentaristas políticos estão falando sobre os últimos dados divulgados pelo Datafolha nesta quinta-feira sobre a corrida pela prefeitura de São Paulo. A maioria comenta os efeitos (ou a falta de) da cadeirada de José Luiz Datena em Pablo Marçal – ou que Ricardo Nunes e Guilherme Boulos se isolaram na liderança. Mas há um detalhe pequeno nos números divulgados hoje pelo Datafolha que mostra uma eleição ainda aberta.

Tradicionalmente, esse é um dos pleitos mais difíceis de prever – e os institutos de pesquisa sofrem, aqui e ali, para acertar seus prognósticos. Pelo menos três casos mostraram vencedores diferentes daqueles apontados pelas enquetes: em 1985, com Jânio Quadros; 1988, com Luiza Erundina; e 2016, com a vitória em primeiro turno de João Doria.

Uma parte significativa do eleitorado paulistano tradicionalmente deixa para decidir em quem votar na semana em que a eleição é realizada. Isso, portanto, quer dizer que tal fenômeno poderá ocorrer entre 30 de setembro e 6 de outubro.

Quando olhamos os dados de escolha estimulada, vemos que há apenas 3% de indecisos e 6% de brancos e nulos. Mas, ao nos debruçarmos sobre os índices de votação espontânea, percebemos que os indecisos podem formar um grupo bem maior.

Sem o estímulo de um cartão com os nomes de candidatos, Boulos tem a liderança, com 23%, seguido por Nunes (16%) e Marçal (15%). Mas, neste caso, chama a atenção o volume de indecisos: 28% (nulos e brancos, juntos, têm 6%).

Ou seja, há mais indecisões quando não se provoca os eleitores com nomes. Ainda faltam dezessete dias para a eleição. Para termos uma visão mais próxima da realidade, portanto, é preciso examinar com calma a evolução deste índice de indecisão nos próximos estudos. Se chegarmos à última semana com poucos indecisos na escolha espontânea, a chance de as enquetes estarem certas será maior.

Por enquanto, apesar do descolamento de Nunes e Boulos em relação a Marçal, tudo continua aberto, com a possibilidade de mudança nos dias que antecedem a abertura das urnas. Para isso ocorrer, no entanto, os líderes teriam de derrapar feito – e, recentemente, eles demonstraram que vão fazer o máximo para não cair em armadilhas. E Marçal? Ele tentou criar um fato novo com a provocação excessiva a Datena e conseguiu ser agredido. Mas não obteve o crescimento por ele esperado.

Mas não espere acomodação por parte do candidato do PRTB. Ele deve ter algum factoide guardado na manga de sua camisa e vai usá-lo em breve. Portanto, preparem os seus corações.

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Todos os comentaristas políticos estão falando sobre os últimos dados divulgados pelo Datafolha nesta quinta-feira sobre a corrida pela prefeitura de São Paulo. A maioria comenta os efeitos (ou a falta de) da cadeirada de José Luiz Datena em Pablo Marçal – ou que Ricardo Nunes e Guilherme Boulos se isolaram na liderança. Mas há um detalhe pequeno nos números divulgados hoje pelo Datafolha que mostra uma eleição ainda aberta.

Tradicionalmente, esse é um dos pleitos mais difíceis de prever – e os institutos de pesquisa sofrem, aqui e ali, para acertar seus prognósticos. Pelo menos três casos mostraram vencedores diferentes daqueles apontados pelas enquetes: em 1985, com Jânio Quadros; 1988, com Luiza Erundina; e 2016, com a vitória em primeiro turno de João Doria.

Uma parte significativa do eleitorado paulistano tradicionalmente deixa para decidir em quem votar na semana em que a eleição é realizada. Isso, portanto, quer dizer que tal fenômeno poderá ocorrer entre 30 de setembro e 6 de outubro.

Quando olhamos os dados de escolha estimulada, vemos que há apenas 3% de indecisos e 6% de brancos e nulos. Mas, ao nos debruçarmos sobre os índices de votação espontânea, percebemos que os indecisos podem formar um grupo bem maior.

Sem o estímulo de um cartão com os nomes de candidatos, Boulos tem a liderança, com 23%, seguido por Nunes (16%) e Marçal (15%). Mas, neste caso, chama a atenção o volume de indecisos: 28% (nulos e brancos, juntos, têm 6%).

Ou seja, há mais indecisões quando não se provoca os eleitores com nomes. Ainda faltam dezessete dias para a eleição. Para termos uma visão mais próxima da realidade, portanto, é preciso examinar com calma a evolução deste índice de indecisão nos próximos estudos. Se chegarmos à última semana com poucos indecisos na escolha espontânea, a chance de as enquetes estarem certas será maior.

Por enquanto, apesar do descolamento de Nunes e Boulos em relação a Marçal, tudo continua aberto, com a possibilidade de mudança nos dias que antecedem a abertura das urnas. Para isso ocorrer, no entanto, os líderes teriam de derrapar feito – e, recentemente, eles demonstraram que vão fazer o máximo para não cair em armadilhas. E Marçal? Ele tentou criar um fato novo com a provocação excessiva a Datena e conseguiu ser agredido. Mas não obteve o crescimento por ele esperado.

Mas não espere acomodação por parte do candidato do PRTB. Ele deve ter algum factoide guardado na manga de sua camisa e vai usá-lo em breve. Portanto, preparem os seus corações.

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