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Varíola dos macacos: OMS pede a homens que fazem sexo com homens diminuírem contato sexual

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, alertou que, apesar de se concentrar por ora na comunidade de "homens que fazem sexo com homens", qualquer pessoa exposta pode contrair a varíola dos macacos

OMS: Adhanom pediu para "homens que fazem sexo com homens" diminuírem o número de parceiros, de relações sexuais e de exposição ao vírus (Denis Balibouse/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de julho de 2022 às 06h08.

Última atualização em 28 de julho de 2022 às 06h17.

A Organização Mundial da Saúde ( OMS ) realizou na tarde desta quarta-feira, 27, uma nova reunião para anunciar medidas de controle contra o surto mundial da varíola dos macacos (monkeypox), declarada na última semana como uma "emergência de saúde global" pela entidad e. Entre as recomendações, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom pediu para "homens que fazem sexo com homens" diminuírem o número de parceiros, de relações sexuais e de exposição ao vírus.

O balanço mais recente da OMS aponta que a varíola dos macacos já se espalhou por 78 países e tem mais de 18 mil casos notificados, dos quais a maioria (98%) é entre "homens que fazem sexo com homens", grupo que inclui gays, bissexuais e outros que fazem sexo com homens.

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"Esse é um surto que pode ser parado se os países e regiões se informarem, levarem o risco a sério e derem os passos necessários para impedir a transmissão e proteger os grupos vulneráveis", disse Adhanom. "A melhor forma de fazer isso é diminuir o risco de exposições. Para homens que fazem sexo com homens, isso inclui, no momento, diminuir o número de parceiros sexuais, reconsiderar o sexo com novos parceiros e trocar detalhes de contato com os parceiros para possibilitar o acompanhamento, se necessário."

Cerca de 70% dos casos notificados à OMS estão na Europa, enquanto 25% deles está na região das Américas. Apesar de a doença ter resultado em apenas cinco mortes até agora, quase dois mil pacientes precisaram ser internados por sentirem dor após a infecção, disse Adhanom.

"O foco para todos os países deve ser engajar e empoderar as comunidades de homens que fazem sexo com homens para reduzir o risco de infecção e a transmissão contínua, oferecer cuidado aos infectados e resguardar os direitos humanos e a dignidade", frisou o diretor-geral, afirmando que "o estigma e a discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus e alimentar o surto" da doença.

Adhanom também alertou que, apesar de se concentrar por ora na comunidade de "homens que fazem sexo com homens", qualquer pessoa exposta pode contrair a varíola dos macacos. "Por isso a OMS recomenda aos países que também cuidem de outros grupos vulneráveis, como crianças, gestantes e imunodeprimidos."

Durante a conferência, Adhanom reforçou que a OMS continua a não recomendar a vacinação em massa contra a varíola dos macacos e que as poucas doses disponíveis devem ser direcionada a teve contato com pacientes da doença ou com grande risco de exposição como profissionais da saúde, funcionários laboratoriais e pessoas com múltiplos parceiros sexuais.

"É importante enfatizar que a vacinação não dará imunidade imediata contra a infecção ou a doença, e pode demorar semanas", disse. "Isso significa que aqueles vacinados devem continuar tomando as medidas para se protegerem, ao evitar o contato próximo, incluindo sexual, com outros que têm ou estão em risco de ter a varíola dos macacos."

Nos últimos dias, a vacina MVA-BN, desenvolvida para tratar a varíola humana (smallpox), teve seu uso aprovado no Canadá, na União Europeia e nos Estados Unidos para ser usada contra a varíola dos macacos. Dois outros imunizantes, LC 16 e ACAM 2000, também estão sendo consideradas para o uso contra a doença.

"Entretanto, ainda nos falta o conhecimento científico sobre a eficácia contra a varíola dos macacos ou quantas doses seriam necessárias", frisou o diretor-geral da OMS. Ele também pediu aos países que já iniciaram a vacinação para "coletar e compartilhar informações" sobre o desempenho dos imunizantes. "Enquanto as vacinas podem ser uma ferramenta importante, a vigilância, o diagnóstico e a redução de risco continuam centrais para prevenir a transmissão e interromper o surto de casos."

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