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Não há provas de que Wuhan foi epicentro da pandemia, diz OMS

Grupo de pesquisadores estuda três possibilidades para explicar a origem do novo coronavírus

Especialista da investigação, Ben Embarek (HECTOR RETAMAL/AFP/Getty Images)
LP

Laura Pancini

Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 10h16.

Representantes da comissão da Organização Mundial de Saúde (OMS) enviados para investigar as origens do novo coronavírus anunciaram, nesta terça-feira (9), que não há provas de que o vírus estava circulando em Wuhan, na China , antes de dezembro de 2019.

Wuhan foi a primeira cidade do mundo a registrar casos do novo coronavírus e, por isso, muitas vezes é vista como o ponto de origem do Sars-Cov-2. A equipe de 40 cientistas visitou a região e o mercado de frutos do mar de Huanan, onde foi registrado o primeiro grupo infectado em 12 de dezembro de 2019.

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Liang Wannian, chefe do painel de especialistas na Comissão Nacional de Saúde da China, afirma que estudos posteriores evidenciam que o verdadeiro "primeiro grupo" foi 4 dias antes, no dia 8 de dezembro, em locais e pessoas sem qualquer conexão com o mercado de frutos do mar.

"Não há indicação da transmissão do vírus na população do período anterior a dezembro de 2019", disse Wannian em entrevista coletiva. Ele considera "improvável" a transmissão do vírus na cidade durante os meses de outubro e novembro e também pontua que o início da circulação ocorreu semanas antes dos primeiros casos, o que explicaria a "falha de detecção em outras regiões".

Outra hipótese refutada pelo grupo de pesquisadores é que o vírus teria "vazado" (ou até sido disseminado propositalmente) de um laboratório em Wuhan. De acordo com o especialista da investigação, Ben Embarek, não há qualquer evidência que o vírus estivesse sendo estudado em laboratórios da cidade na época e a ideia é "extremamente improvável".

Para entender como o vírus chegou até a espécie humana, a equipe está investigando três possibilidades: 1) transmissão por alimentos e transporte de congelados; 2) transmissão direta de um animal para um humano e 3) circulação e mutação do vírus em algum hospedeiro intermediário antes de ser transmitido ao homem.

Liang afirma que, apesar de morcegos e pangolins serem vistos como possíveis explicações, suas linhagens não são similares o suficiente ao patógeno para afirmar com certeza que o coronavírus surgiu deles. No momento, a equipe não conseguiu identificar alguma outra possibilidade de espécie.

O integrante e especialista em doenças infecciosas, Dominic Dwyer, acredita que levará anos até entendermos completamente as origens do novo coronavírus.

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