Mulheres são mais propensas a terem lesões no joelho; entenda os motivos
Região é uma das principais articulações do corpo responsáveis pela movimentação e, consequentemente, uma das mais afetadas por lesões
Agência de notícias
Publicado em 31 de maio de 2023 às 05h10.
Certamente, tanto os homens quanto as mulheres devem manter hábitos saudáveis para preservar a estrutura do joelho. Isso porque essa é uma das principais articulações do corpo responsáveis pela movimentação e, consequentemente, uma das mais afetadas por lesões.
“É uma articulação grande, complexa e responsável pela sustentação do corpo e pela absorção de impacto, sendo muito demandada durante a movimentação”, explica o Dr. Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
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No entanto, pessoas do sexo feminino devem ter cuidados redobrado com essa área, pois lesões nos joelhos são mais frequentes em mulheres. Abaixo, o especialista explica por quê:
Por que mulheres têm mais chance de ter lesões no joelho?
1. Anatomia
Homens e mulheres têm anatomias diferentes. “De maneira geral, as mulheres possuem uma bacia mais larga (ginecoide), tendem a ter joelhos valgos (arqueados para dentro) e apresentam um ângulo do quadríceps maior. Esses fatores causam alterações biomecânicas e de alinhamento, especialmente nos membros inferiores, aumentando assim a suscetibilidade das mulheres de sofrerem com condições como a condromalácia patelar, caracterizada pelo amolecimento da cartilagem da patela”, diz o especialista.
2. Menstruação
As flutuações hormonais que ocorrem durante o ciclo menstrual possuem impacto significativo nas articulações. Isso faz com que a mulher seja mais ou menos propensa a lesões, dependendo da fase do ciclo em que se encontra.
“As articulações, assim como as cartilagens que as protegem, possuem receptores de estrogênio, hormônio que contribui para a manutenção da saúde dessas estruturas. Logo, quando os níveis de estrogênio sofrem alterações durante do ciclo menstrual, essas estruturas tornam-se mais frágeis. Pode ocorrer uma maior frouxidão dos ligamentos, o que favorece, por exemplo, a ocorrência de lesões do ligamento cruzado anterior (LCA)”, afirma o ortopedista.
3. Menopausa
A menopausa é outro fator na vida das mulheres que influencia a saúde das articulações, justamente por causar alterações hormonais. “Conforme a produção hormonal é alterada na menopausa e os níveis de estrogênio diminuem, as articulações ficam mais inflamadas, o que causa dor em regiões como mãos, joelhos e ombros e favorece o surgimento de condições, como a artrite e artrose”, acrescenta o Dr. Marcos. Ainda, ele afirma que essa alteração hormonal na menopausa também favorece a perda da massa óssea, levando à osteoporose e, consequentemente, aumentando o risco de fraturas e lesões no joelho.
4. Utilizar salto alto em excesso
Os saltos fazem parte do guarda-roupa de praticamente toda mulher. Todavia, o uso excessivo desses calçados pode prejudicar a saúde dos joelhos. “Ao usar um salto alto, a distribuição do peso ao caminhar é alterada, concentrando-se no joelho, o que acaba exigindo mais da articulação da região, favorecendo assim o desgaste, principalmente, da cartilagem da patela. Como resultado, há aumento do risco de condições como a condromalácia patelar e a artrose”, explica o médico.
Como prevenir lesões no joelho?
No caso do salto alto, é simples: “o ideal é evitar o uso desse tipo de calçado quando possível e, quando não, optar por opções com saltos mais baixos e bicos mais largos”, aconselha o especialista. Porém, a maior parte desses fatores não é modificável, afinal são características inatas das mulheres. Contudo, alguns cuidados gerais podem ser tomados para prevenir problemas no joelho, como:
- Fazer alongamentos;
- Controlar o peso;
- Adotar uma alimentação balanceada;
- Praticar exercícios de fortalecimento muscular;
- Evitar a sobrecarga nos treinos e
- Realizar os movimentos com técnicas adequadas e devidamente adaptadas para as características femininas.
“Especificamente tratando-se da menopausa, a reposição hormonal pode ser indicada, mas a avaliação deve ser feita caso a caso por um ginecologista”, diz o Dr. Marcos Cortelazo, que, por fim, alerta que, ao sinal de dor, inchaço ou dificuldade de movimentar o joelho, o mais importante é buscar ajuda de um ortopedista para receber o diagnóstico e tratamento adequado.