Ciência

Melatonina: finalmente, um suplemento que realmente aumenta a memória

Pesquisadores no Japão mostram que a melatonina e suas substâncias promovem a formação de memórias de longo prazo e protegem contra a perda cognitiva

Melatonina: Estudo aponta que o suplemento poderia ter potencial para tratamento de Alzheimer (Iryna Imago/Getty Images)

Melatonina: Estudo aponta que o suplemento poderia ter potencial para tratamento de Alzheimer (Iryna Imago/Getty Images)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 18h07.

Última atualização em 12 de janeiro de 2021 às 09h47.

Caminhando pelo corredor de suplementos da farmácia, é possível encontrar cápsulas de ômega 3, vitamina E, ginseng e muitos outros que prometem ajudar na perda de memória e cognitiva. Porém, um suplemento que era visto apenas como auxiliador do sono, pode ajudar também no combate à perda de memória: a melatonina.

Em um novo estudo, pesquisadores da Tokyo Medical and Dental University (TMDU) no Japão mostram que a melatonina e suas substâncias promovem a formação de memórias de longo prazo em camundongos e protegem contra a perda cognitivo.

Uma das maneiras mais fáceis de testar a memória em ratos é analisar a tendência natural deles para examinar objetos desconhecidos. Se seguirem o padrão natural, eles passarão mais tempo verificando objetos desconhecidos do que familiares. Para ratos jovens, a exposição a um objeto três vezes ao dia é suficiente para que seja lembrado no dia seguinte. Já para os mais velhos, a tendência é que se comportem como se ambos os objetos fossem novos e desconhecidos, um sinal de declínio cognitivo.

Para testar a hipótese, os pesquisadores familiarizaram os ratos com os objetos e deram-lhes doses de melatonina e os dois metabólitos uma hora depois. Metabólitos são as moléculas em que a melatonina é decomposta depois de entrar no corpo e os pesquisadores acreditam que eles podem promover a cognição

Então, após testarem a memória dos ratos no dia seguinte, descobriram que houve uma melhora significativa depois do tratamento, principalmente na região hipocampal do cérebro — importante para transformar experiências em memórias."Nós mostramos que um dos metabólito da melatonina pode facilitar a formação da memória em ratos de todas as idades", explicou o pesquisador Atsuhiko Hattori.

Os ratos mais velhos foram capazes de se lembrar dos objetos até 4 dias depois do teste. “O efeito em ratos mais velhos foi particularmente promissor e temos esperança de que estudos futuros mostrem efeitos semelhantes em humanos mais velhos. Se isso acontecer, a terapia com melatonina poderia eventualmente ser usada para reduzir a gravidade do comprometimento cognitivo leve e sua conversão potencial para a doença de Alzheimer", afirmou Hattori, líder do estudo.

 

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