Inteligência artificial pode detectar Alzheimer seis anos mais cedo
Algoritmos identificam os sintomas com mais precisão
Ariane Alves
Publicado em 4 de janeiro de 2019 às 13h12.
Última atualização em 4 de janeiro de 2019 às 13h45.
São Paulo - Um dos inimigos do Mal de Alzheimer é o diagnóstico tardio, que dificulta a ação dos médicos em prevenir que a doença cause danos graves ao paciente. Mas a tecnologia está mais próxima de se tornar uma grande ajuda nesta tarefa.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia usaram a inteligência artificial para criar um algoritmo capaz de identificar os sintomas do Alzheimer até seis anos antes de um diagnóstico comum. Para realizar o estudo, publicado no periódico Radiology, a equipe monitorou os níveis de glicose - principal fonte de energia celular - nos cérebros dos pacientes. Como células doentes reduzem o nível de glicose absorvido, o rastreamento dessas alterações se tornam um sinal relevante para os diagnósticos.
Algoritmo acelera tarefa dos radiologistas
“Radiologistas humanos são realmente bons em identificar descobertas em pequenos focos, como um tumor no cérebro, mas temos dificuldades em detectar mudanças mais lentas e globais”, disse Jae Ho Sohn, radiologista coordenador do estudo, em um comunicado. "Dada a força do deep learning [aprendizagem profunda, em português] neste tipo de aplicação, especialmente em comparação com os seres humanos, parecia uma aplicação natural."
Os resultados foram animadores: o algoritmo conseguiu identificar corretamente 92% dos pacientes que desenvolveram a doença de Alzheimer no primeiro teste e 98% no segundo teste, fazendo previsões corretas em média seis anos antes de o paciente receber um diagnóstico de Alzheimer.
Embora o algoritmo ainda não esteja pronto para uso clínico, já é possível imaginar um futuro mais eficiente para os pacientes.