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Covid-19: Estudo em 133 cidades mostra quantos estão imunizados no Brasil

Mais de 33.000 pessoas devem ser testadas no país na segunda fase do estudo que busca estimar quantas estão imunizadas contra a doença

Coronavírus: em três dias, estudo quer fazer o exame em cerca de 33.250 pessoas, sendo 250 em cada cidade (Ricardo Moraes/Reuters)
FS

Filipe Serrano

Publicado em 4 de junho de 2020 às 06h38.

Última atualização em 4 de junho de 2020 às 07h51.

Começa nesta quinta-feira (4) a segunda etapa da maior pesquisa em andamento no Brasil que busca estimar a quantidade de pessoas que já desenvolveram anticorpos contra o novo coronavírus no país. Entre hoje e sábado (6), aproximadamente 2.600 pesquisadores irão coletar amostras da população de 133 municípios e realizar testes rápidos da covid-19. O objetivo é fazer o exame em cerca de 33.250 pessoas nesses três dias, sendo 250 em cada cidade. A escolha das casas e dos participantes testados é feita aleatoriamente.

O estudo é importante porque ajuda as autoridades em saúde pública a estimar o percentual da população brasileira que já desenvolveu anticorpos contra a covid-19 – a chamada soroprevalência – e, por isso, estão imunizadas.

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Com base nessa informação, é possível ter um entendimento mais preciso de como o novo coronavírus se espalhou pelo país. Nem todas as pessoas que contraem o vírus apresentam sintomas. Portanto, o número exato de infectados tende a ser maior do que o de casos confirmados por exames de laboratório e reportados ao Ministério da Saúde.

A primeira fase do estudo foi realizada entre os dias 14 e 21 de maio. Os primeiros resultados indicaram que somente 1,4% da população dos municípios participantes havia desenvolvido anticorpos contra a doença, o que indica que a epidemia ainda está apenas no início na maior parte do país.
No entanto, existe uma grande variação entre os municípios que participam do estudo. Em Belém (PA), 15,1% da população havia desenvolvido anticorpos, de acordo com os resultados. A cidade da região Norte é a capital brasileira com a maior soroprevalência. Por outro lado, em Maceió (AL), o número ficou em 1,3%.

As demais capitais com a maior soroprevalência no país são Manaus (12,5%), Macapá (9,7%), Fortaleza (8,7%), Rio Branco (5,4%), Boa Vista (4,5%), Recife (3,2%), São Paulo (3,1%) e Rio de Janeiro (2,2%).
Como mostra uma reportagem publicada na edição da EXAME desta semana, pesquisas feitas mundo afora também têm indicado uma baixa imunização contra o coronavírus em praticamente todos os países. Esse resultado indica que o risco de uma nova onda de surtos ainda é alta no mundo, especialmente por causa da circulação de pessoas entre cidades que estão em diferentes estágios da epidemia.

Embora o resultado da primeira fase da pesquisa brasileira mostre que a incidência da doença ainda é baixa no Brasil, o estudo sugere que o número real de pessoas que contraíram o vírus pode ser até sete vezes maior do que o dado registrado pelas autoridades de saúde.

A pesquisa, chamada de Estudo de Prevalência de Infeção por Covid-19 no Brasil (Epicovid19-BR), é coordenada pela Universidade Federal de Pelotas e financiada pelo Ministério da Saúde. A pesquisa de campo é feita por agentes do Ibope Inteligência contratados para coletar as amostras.

Ao todo, serão realizadas três fases do estudo. Cada etapa de exames é feita com um intervalo de 14 dias entre elas, tempo médio para a manifestação do vírus, sempre nos mesmos 133 municípios. Assim, será possível observar o avanço da doença e da soroprevalência no país. Informações de estudos como esse são valiosas para compreender a real situação da epidemia.

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