Ciência

Estudo estima que coronavírus infectou mais de 75 mil pessoas

Com base em dados de deslocamento, pesquisadores estimam que número de pessoas infectadas seja maior do que o já reportado

Coronavírus: vírus se espalha pelo mundo (gisanddata.maps.arcgis.com/Reprodução)

Coronavírus: vírus se espalha pelo mundo (gisanddata.maps.arcgis.com/Reprodução)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 15h09.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2020 às 15h15.

O novo coronavírus pode ter contaminado 75.815 pessoas, de acordo com um estudo que analisou dados coletados do início da epidemia até o dia 25 de janeiro deste ano. O número é quase quatro vezes maior do que o reportado por autoridades de saúde da China. Atualmente, segundo dados oficiais, 20 mil pessoas foram contagiadas com o novo vírus.

Segundo os pesquisadores, o motivo da discrepância dos dados estaria relacionado com o tempo que o vírus leva para ser detectado. O tempo entre o contágio e a apresentação de sintomas também está entre as razões apontadas pelos pesquisadores para a diferença nos números.

"Nem todas as pessoas infectadas com o novo coronavírus da China procuram ou precisam de auxílio médico", afirma, em nota, o professor Gabriel Leung, pesquisador e autor principal do estudo feito por uma equipe da Universidade de Hong Kong. O estudo foi publicado no periódico científico The Lancet.

Para atingir o número de 75.815 casos de contágio, os pesquisadores utilizaram modelos matemáticos baseados nos dados oficialmente reportados e em informações de voos internacionais e domésticos da China. Nos primeiros dias da propagação do coronavírus, cada pessoa infectava de duas a três pessoas. Com isso, a cada 6,4 dias, a epidemia dobrava o número de indivíduos infectados.

Os próprios pesquisadores reconhecem que o estudo tem limitações. Os dados utilizados são preliminares e as estimativas de contágio foram feitas com base em informações de deslocamentos feitos em 2019 – que já não são mais os mesmos uma vez que as viagens ao país, especialmente para a cidade de Wuhan, não são recomendadas pela OMS.

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