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Economist: Brasil é o lugar ideal para jovens cientistas

Revista britânica afirma que o país tem condições econômicas e tecnológicas para atrair interessados em pioneirismo científico

Embora já seja atraente para pesquisadores em começo de carreira, Brasil ainda não consegue reter "superastros" da ciência (Getty Images/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2011 às 22h16.

São Paulo - "Vão para o sul, jovens cientistas". É o que recomenda uma matéria publicada pela última edição da revista britânica The Economist, que chega às bancas nesta quinta-feira (6). De acordo com o texto, o Brasil começa a despontar como potência mundial na área de pesquisa, e tem todas as condições para atrair cientistas em começo de carreira, interessados em liderar pesquisas pioneiras.

Boa parte deste potencial atrativo é devida a dois fatores. O primeiro são as boas universidades, de onde sai a maior parte da produção em pesquisa no país. Além disso, o cenário econômico favorável no Brasil permite mais investimentos em ciência e tecnologia, enquanto que, nos Estados Unidos e na Europa, os fundos destinados à ciência estão encolhendo.

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Nas últimas décadas o Brasil tem mostrado serviço. Entre 2002 e 2008, a participação brasileira no total de artigos científicos produzidos no mundo aumentou de 1,7% para 2,7%. "É um país líder em pesquisas nas áreas de medicina tropical, bioenergia e botânica", afirma a matéria.

O destaque brasileiro, segundo a Economist, é o estado de São Paulo. Ele possui "a melhor universidade do país (referindo-se à Universidade de São Paulo), e as duas únicas que figuram entre as 300 melhores nos rankings internacionais (referindo-se, além da USP, à Universidade Estadual de Campinas)".

De acordo com a reportagem, o trunfo de São Paulo é destinar 1% dos impostos que recolhe a investimentos em ciência. "Isto permite ao estado oferecer verba e condições para atrair pesquisadores internacionais." Entretanto, a atração só tem efeito até certo nível na carreira acadêmica. A Economist ressalta que o país ainda tem dificuldades para reter "superastros da pesquisa".

Isto acontece porque as universidades públicas, onde está concentrada a produção científica, não têm poder de barganha para cobrir ofertas feitas por outras entidades aos pesquisadores. Outro ponto negativo é o fato de que as instituições não oferecem contratos apenas para pesquisa. Geralmente os cientistas associados a projetos também precisam cumprir horas de docência a alunos de graduação, o que torna os contratos menos atraentes.

Segundo a revista britânica, o despontar brasileiro no cenário científico mundial, apesar de suas limitações, representa "mais que um orgulho nacional". Significa "a certeza de que, ao fazer sua própria ciência, os países tropicais em desenvolvimento podem assegurar que não é apenas nos países ricos e de clima temperado que os problemas das pessoas são resolvidos".

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