(JUSTIN TALLIS / AFP/Getty Images)
Isabela Rovaroto
Publicado em 6 de janeiro de 2021 às 09h53.
Última atualização em 6 de janeiro de 2021 às 09h59.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) autorizou nesta quarta-feira (6) o uso emergencial da vacina da Moderna contra a covid-19, sob pressão dos países da União Europeia (UE) que enfrentam a aceleração da pandemia e a lentidão das campanhas de imunização.
“O comitê de medicamentos humanos da EMA avaliou exaustivamente os dados sobre a qualidade, segurança e eficácia da vacina e recomendou por consenso uma autorização de comercialização formal condicional concedida pela Comissão Europeia”, informou comunicado.
A vacina da Moderna é a segunda a receber luz verde dos reguladores europeus, mas já começou a ser distribuída no Reino Unido e nos Estados Unidos, onde foi aprovada anteriormente.
No dia 21 de dezembro, a EMA autorizou a vacina Pfizer/BioNTech, para a qual a Comissão Europeia deu imediatamente luz verde e que continua sendo a única permitida na Europa.
Legisladores afirmaram que a União Europeia está sendo muito lenta na distribuição de vacinas contra o coronavírus.
A vacina da Moderna tem a vantagem de poder ser armazenada a -20°C, e no a -70°C, como a da Pfizer, o que obrigou o grupo a criar contêineres específicos para seu transporte. As duas vacinas têm níveis de eficácia similares, segundo os laboratórios,, de 95% para a Pfizer/BioNTech e 94,1% para a Moderna.
Embora a vacinação tenha começado em 27 de dezembro em vários países europeus com o produto da Pfizer/BioNTech, as campanhas avançam de modo muito mais lento que nos Estados Unidos, Grã-Bretanha ou Israel.
"É evidente que um esforço tão complexo sempre encontra dificuldades", admitiu recentemente um porta-voz da Comissão Europeia.
A farmacêutica britânica AstraZeneca, associada com a Universidade de Oxford, reivindica uma taxa de eficiência de 70%, mas que poderia chegar a quase 100% com duas doses.
Esta vacina começou a ser administrada na segunda-feira no Reino Unido e já foi aprovada em outros três países (Argentina, Índia e México).
Na América Latina, a Colômbia anunciou na terça-feira uma autorização de emergência para a vacina da Pfizer, enquanto a Bolívia decidiu suspender sua maior festa folclórica, o carnaval de Oruro, devido à pandemia.
Na Europa, a Holanda inicia a campanha de vacinação nesta quarta-feira, dois dias antes do previsto. A Bélgica começou a aplicar os fármacos nas casas de repouso, depois de uma fase de testes na semana passada com 700 pessoas.
O aumento das infecções na Europa levou alguns países a ampliar as restrições, como Alemanha e Dinamarca, enquanto as campanhas de vacinação provocam controvérsias em algumas nações, como a França.