Trajes de protesto revestem tapete vermelho do Oscar britânico
Na premiação do BAFT, atrizes com roupas em cor preta predominaram — ativistas que lutam contra o assédio sexual também participaram da cerimônia
EFE
Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 11h33.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2018 às 11h37.
Londres - O tapete vermelho dos prêmios BAFTA, que é considerado o Oscar do cinema britânico, se transformou neste domingo em uma plataforma de protesto , com o predomínio da cor preta nas roupas das atrizes em sinal de luto, e com a presença de ativistas que lutam contra o assédio sexual.
Sally Hawkins, Saoirse Ronan, Kristin Scott Thomas, Salma Hayek, Olivia Spencer, Annette Bening, Gemma Arterton e Letitia Wright foram algumas das atrizes que passaram vestidas de negro pelo tapete vermelho desta premiação, cuja cerimônia aconteceu neste domingo, 19, no Royal Albert Hall, em Londres.
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Algumas delas chegaram acompanhadas de ativistas como parte de uma campanha de apoio ao movimento "Time's Up", cujo objetivo é acabar com o assédio sexual no mundo do cinema e conseguir a igualdade entre homens e mulheres.
Arterton, por exemplo, desfilou pelo tapete com Eileen Pullen e Gwen Davis, duas mulheres que foram parte nos anos 1960 de uma série de protestos para conseguir igualdade salarial entre homens e mulheres.
O protesto de "luto" chega ao BAFTA após ter sido protagonista em outras cerimônias, como no Globo de Ouro, seguindo a onda de protestos contra o assédio sexual que começou com o escândalo envolvendo o produtor Harvey Weinstein e a campanha "Me Too", que também afetou outros nomes importantes de Hollywood, como Dustin Hoffman, John Lasseter e Brett Ratner.
O movimento conta com a adesão de quase 200 atrizes britânicas - entre as quais estão Keira Knightley, Emma Thompson e Naomie Harris - que hoje publicaram uma carta aberta na qual pedem "unidade" contra o assédio e o abuso sexual e a impunidade em todas as indústrias.
Emma Watson também tornou pública a doação de 1 milhão de libras (US$ 1,4 milhões) para uma nova campanha para ajudar as vítimas de assédio sexual no Reino Unido.