Casual

Roger Waters coloca Bolsonaro entre neofascistas e divide plateia em SP

Nome do candidato apareceu na lista de neofascistas do mundo no telão gigante do palco

Roger Waters: cantor volta ao palco do Allianz Parque nesta quarta-feira, dia 10 (Raph_PH/Wikimedia Commons)

Roger Waters: cantor volta ao palco do Allianz Parque nesta quarta-feira, dia 10 (Raph_PH/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de outubro de 2018 às 09h39.

Última atualização em 23 de outubro de 2018 às 11h42.

São Paulo - Roger Waters entrega o que promete logo no inicio. A tensão que ele cria com a imagem em seu telão gigante, de uma mulher sentada à beira de um oceano, é incrível. O mundo está prestes a acabar, mas isso só vai ser revelado quando ele estiver próximo de aparecer no palco.

"Breathe" levanta as plateias lotadas, com mais uma revelação. No andar de cima das arquibancadas do Allianz Parque, em São Paulo, em cada lateral e ao fundo, Waters usa conjuntos de caixas de som que vão criar o efeito surround.

"Time" é anunciada com o despertador de um relógio, e o som da plateia fica mais forte que o do palco. O rosto de Waters aparece pela primeira vez no telão e pode se perceber como os anos têm passado. Está mais curvado. Os cabelos longos e mais finos, os olhos mais fundos. A força de sua voz provoca o mesmo efeito.

"Welcome to the Machine" chega tensa e estrondosa. Waters está no centro do palco como um integrante, sem o mesmo protagonismo cênico de suas turnês anteriores. Sua imagem não é a que mais aparece no telão, o que dificulta a vida dos fãs mais distantes do palco.

De tão boas, as músicas do disco novo parecem saídas de algum álbum do Pink Floyd. "Deja Vu", a primeira delas, faz até setores da plateia vip, tradicionalmente a mais dispersa, se calar. Um feito.

Depois de "Picture That", "Wish You Were Here". E a plateia canta pela primeira vez uma canção inteira.

"Another Brick in the Wall" começa com 12 pessoas encapuçadas como se fossem reféns do Estado Islâmico, imóveis no palco, prestes a serem decapitadas. Quando chega a parte do coro, elas retiram os capuzes. São todas crianças. Há um choque absurdo na plateia. Ao final da música, Waters explica que todas as crianças são brasileiras.

Uma pausa de 20 minutos é anunciada. Estavam previstas até o final mais nove músicas, com o bis. Uma batalha de gritos de guerra começou logo que as luzes foram acesas. "Fora PT" se revezava com "Ele não".

A plateia urrou, alguns vaiando, outros apoiando, quando o nome do candidato Jair Bolsonaro apareceu na lista de neofascistas do mundo no telão gigante do palco.

Waters volta ao palco do Allianz Parque nesta quarta-feira, dia 10.

Acompanhe tudo sobre:FascismoJair BolsonaroMúsicaPink FloydRoger WatersShows-de-música

Mais de Casual

Olimpíadas de Paris: atletas brasileiros são verdadeiros heróis e precisam de mais investimento

Castelões, a pizzaria mais antiga de São Paulo, completa 100 anos

Os melhores hotéis do Rio de Janeiro segundo ranking EXAME 2024

Nova temporada de Emily in Paris: 7 restaurantes em SP que vão te transportar para a França

Mais na Exame