Quase autônomo, novo Mercedes Classe E chega por R$ 309.900
Sedã aposta em sistema semi-autônomo de série em todas as versões para se destacar entre os sedãs de luxo
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2016 às 16h22.
Última atualização em 30 de novembro de 2016 às 16h30.
A Mercedes-Benz diz estar pronta para entrar na era dos carros autônomos, mas a legislação não permite que o motorista fique completamente alheio ao que se passa na estrada.
A décima geração do Mercedes Classe E está a um passo disso. Com preço inicial de 309.900 o modelo desembarca no Brasil com sistema de condução semi-autônoma de série em todas as versões.
É a tecnologia o grande destaque deste novo Classe E. O design segue a mesma escola dos recentes Classe C e S, com traseira caída que disfarça o terceiro volume.
O que muda são as dimensões: são 4,3 cm a mais no comprimento, totalizando 4,93 m, mas a distância entre-eixos cresceu mais que isso, 6,5 cm, resultando em 2,93 m.
O motor também é velho conhecido. O E250 usa o 2.0 turbo com injeção direta que gera 211 cv e competentes 35,7 mkgf de torque. A aceleração de 0 a 100 km/h em bons 6,9 segundos (tempo 0,5 s menor que o da geração anterior) podem ser creditados ao torque e principalmente a nova transmissão automática de nove marchas – a geração anterior usava câmbio de sete velocidades. A tração é traseira, como manda a tradição.
Por sua vez, o interior é ideal para quatro passageiros viajarem com muito conforto, mas um quinto ocupante não poderia dizer o mesmo com o enorme túnel central (por onde passa o cardã que enviar a força do motor para as rodas traseiras) entre as pernas.
Visualmente é convidativo. O E250 não tem quadro de instrumentos todo digital (ficou para futuras versões com motores mais potentes) mas a central multimídia Command retangular com tela de 12,3", chama tanta atenção quanto as quatro (sim, quatro) saídas de ar centrais.
Se serve de alento, a interface da central está com usabilidade melhor do que em outros Mercedes. Além de ter a prática integração com Android Auto e Apple Car Play, agora é possível mudar a estação do rádio ou uma música em poucos segundos – ainda que para isso seja necessário apertar um botão e depois movimentar o dedo para cima ou para baixo no cursor tátil, que pode ser facilmente confundido com o comando do câmbio.
Como em outros carros da marca, troca-se as posições do câmbio na haste direita atrás do volante, onde seria o comando dos limpadores dos vidros. É instintivo para os não iniciados colocar a transmissão no Neutro ao querer ligar os limpadores...
Galera do TI
Tão conservador em tantos aspectos, o Mercedes Classe E sai na frente em seu segmento em matéria de tecnologia. Há sete sensores e radares e mais uma câmera estéreo (ou seja, duas câmeras que trabalham juntas para enxergar em três dimensões o que se passa à frente).
A fabricante alemã diz que isso basta para fazer do Classe E um carro autônomo, contudo, hoje ainda é necessária exigência de que o motorista mantenha as mãos no volante.
A verdade é que realmente deu vontade de deixar o carro lidando com o trânsito sozinho durante o test-drive pelo Rodoanel. Culpa do sistema Drive Pilot, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, que não apenas é capaz de manter o veículo à distância correta dos automóveis à frente como é capaz de segui-lo a uma velocidade de até 210 km/h (a máxima do modelo é limitada em 250 km/h).
Ele é capaz de interpretar curvas e fazê-las mesmo sem qualquer esforço do motorista no volante. O assistente de mudança de faixa involuntária também é capaz de acionar os freios caso o motorista não reaja aos alertas no volante.
Já o Active Brake Assist (assistênte ativo de frenagem), alerta o motorista em situações de colisão iminente e também pode parar o carro de forma autônoma.
Ele também pode parar o carro ao perceber que o motorista não desviou de um pedestre e, caso ele movimente o volante para desviar o veículo, calcula por contra própria o ângulo que deverá virar as rodas para que não haja um atropelamento.
Com tantos sensores, o Classe E se dá o luxo de trocar as marchas por conta própria em seu sistema de estacionamento automático. O motorista precisa apenas dar o comando para que o carro estacione sozinho que o próprio carro é capaz de dar a seta sozinho. Também é possível escolher se o carro entrará de ré ou de frente.
Mas não, toda essa tecnologia não tira o prazer de dirigir o E250. Sua direção elétrica tem peso correto (que aumenta quando em modo Sport) e surpreende pela precisão em curvas.
Ao mesmo tempo que é confortável ao passar por ruas de asfalto ruim (que passam longe de ser raras na cidade de São Paulo, diga-se), surpreende por não inclinar muito a carroceria em curvas. Isso muito tem a ver com o peso: são 1.615 kg, número bom para um carro deste porte.
São sistemas presentes em todas as versões, até mesmo na Avantgarde, de R$ 309.900. Esta é a que tem proposta mais esportiva, com grade de dois filetes e com o grande logotipo da marca em destaque, além da suspensão 1,5 cm mais baixa.
O interior também é diferenciado, com acabamento em alumínio.Já estão inclusos os faróis full-led, o ar-condicionado de três zonas, o teto solar e as rodas aro 18".
Na versão Exclusive, que custa R$ 319.900, há pneus run flat e rodas aro 18" exclusivas. Por fora, a grade muda e o logotipo da marca fica em destaque na ponta do capô, enquanto o interior recebe acabamento que imita madeira, relógio analógico no console e bancos e volante forrados de couro nappa.
Há ainda a versão Exclusive Launch Edition, limitada a 60 unidades que se diferem pelas rodas de 19 polegadas e pela iluminação ambiente do interior com 64 opções de cores. Custa R$ 325.900.