São Paulo - Novos percursos, rotas que fogem do rush e a possibilidade de não se perder mais no trânsito: a realidade que parecia demasiado tecnológica há uma década ou muito cara poucos anos atrás passou a fazer parte da rotina de muitos brasileiros com GPS instalado no carro. O sistema surgiu em 1973, quando o departamento de defesa dos Estados Unidos enviou 28 satélites para o espaço. Os sinais emitidos pelos equipamentos permitiam o cálculo do posicionamento de um usuário que tivesse um aparelho receptor na Terra. Desde 2000, a tecnologia foi liberada para fins civis, garantindo a popularização dos navegadores.

Hoje, já é possível encontrar modelos básicos ao preço de 170 reais. Os aparelhos mais caros, no entanto, fazem muito mais que guiar o percurso de maneira correta. A partir de 400 reais, é possível adquirir um GPS com mapa em 3D, orientação por voz do nome das ruas e alerta da proximidade de radares. Modelos mais caros são à prova d´água e conseguem inclusive traçar rotas com menor gasto de combustível. Na topo da lista dos melhores navegadores testados pela Info, está um equipamento que faz jus a esses e outros atributos: o modelo TS7100 PDN da Tele System (1.999 reais) é uma verdadeira central multimídia. Com o carro parado em um engarrafamento, por exemplo, basta ligar o sinal de TV1Seg para assistir à transmissão digital de um jogo na tela LCD de 7 polegadas.

Terror de muitos pretendentes a motorista no exame de habilitação, a famosa baliza ganha uma mãozinha da tecnologia com a instalação de sensores de estacionamento no carro. Antes encontrados apenas em carros importados e de alto luxo, o dispositivo já pode ser instalado em qualquer automóvel, inclusive nos modelos populares. Colocado no pára-choque do veículo, o equipamento emite uma determinada frequência não audível ao ouvido humano. O sinal é refletido na barreira mais próxima e volta para o sensor. O equipamento detecta o tempo que o sinal demora para fazer esse percurso e emite bips mais próximos à medida que o carro se aproxima do objeto em questão, seja uma pilastra ou um simples carrinho de supermercado.

Em uma busca na internet, é possível encontrar o dispositivo sendo vendido a partir de 70 reais. Lojas de equipamento automotivo fazem a instalação sem grandes complicações, independente do modelo ou versão do carro. Modelos mais sofisticados custam bem mais caro e incluem display no painel e câmera com infravermelho na parte da frente e de trás do veículo, eliminando os pontos cegos nas manobras de estacionamento. Para essas versões, o desembolso não sai por menos de 1.100 reais.

Motoristas que não abrem mão de falar no celular já podem manter o papo sem tirar as mãos do volante. Os sistemas de viva-voz por Bluetooth vem crescendo no mercado e permitem ao usuário conversar pelo próprio som do carro. Muitas montadoras já oferecem o recurso nos aparelhos que equipam seus veículos. Com cerca de 1.000 reais, é possível instalar um equipamento que mostra contatos e torpedos no painel do veículo, além de oferecer entrada para iPod e players de MP3.

Aficionados por som, no entanto, contam com muitos outros dispositivos para turbinar o áudio do carro. Alguns modelos superesportivos da BMW, Mercedes, Aston Martin e Audi tiveram o sistema de som desenvolvido pela empresa dinamarquesa Bang & Olufsen. Os engenheiros da Bang trabalharam no próprio projeto dos veículos, criando uma assinatura acústica particular a cada tipo de cabine. O resultado é um sistema integrado à interface multimídia, com som surround 7.1 distribuído entre todas as colunas do carro. O intuito é criar uma ilusão de palco, em termos de largura e profundidade, simulando uma apresentação ao vivo. O equilíbrio de graves, médios e agudos em todos os volumes e em qualquer nível de aceleração, faz com que o motorista conte com qualidade de cinema dentro do próprio carro.

A partir de 2014, a legislação vai obrigar a incorporação de airbags e freios ABS em todos os veículos novos vendidos no Brasil. Enquanto o dia não chega, os usuários que quiserem incrementar o carro com esses itens de segurança devem gastar a partir de 2.000 reais. O sistema de freios antitravamento (do inglês Antilock Braking System) ajuda o motorista a parar repentinamente o carro, mesmo em pistas escorregadias. Isso acontece porque a tecnologia conta com um dispositivo eletrônico que modula a pressão do fluido nas rodas. Quanto o condutor coloca o pé no freio, os sensores leem a velocidade das rodas e a unidade de controle calcula em qual velocidade elas devem girar para não derraparem. Por sua vez, os airbags nada mais são que as famosas bolsas de ar que inflam e protegem o motorista de eventuais colisões, amortecendo o choque e evitando danos mais graves à coluna, ao peito e ao rosto. Embora o mais comum - e barato - seja instalar airbags para o passageiro e condutor, carros mais sofisticados saem de fábrica com mais de dez bolsas: além de laterais e dianteiros, já existem airbags de cortina, entre bancos e até para o joelho.

Em 2008, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) baixou uma resolução para regulamentar o transporte de crianças nos chamados equipamentos de retenção. A fiscalização, no entanto, começou a valeu em junho deste ano. Pela lei, bebês de até um ano de idade devem usar bebê conforto ou reversível. De um a quatro anos, o equipamento obrigatório é a cadeirinha. E de 4 a 7 anos, é preciso utilizar o assento de elevação, também conhecido como booster. Vale lembrar que o motorista que descumprir a determinação vai amargar sete pontos na carteira por infração gravíssima, além de uma multa de 191,54 reais.

A ong de defesa do consumidor Pro Teste simulou batidas frontais e laterais para avaliar quais cadeirinhas melhor protegem o bebê. A facilidade de uso, com ajustes de altura e inclinação, e a quantidade de informações nos manuais também foram levadas em conta na avaliação. Os modelos que se saíram melhor foram Chicco Auto-fix Plus (entre 700 e 909 reais) e Peg-Pérego Primo Viaggio Tri-Fix (700 a 900 reais). No quesito melhor custo benefício, o ganhador foi o bebê conforto Galzerano Piccolina, com preço médio de 170 reais.

Higiene e praticidade são imediatamente associados ao revestimento de bancos com couro, já que para limpar os assentos basta usar um pano com água. O preço do serviço varia em função do tamanho do carro. Enquanto os bancos de um corsa podem sair em torno de 1.100 reais, os de um Zafira, que conta com sete lugares, já batem em 1.900 reais. Embora as cores mais usadas sejam os tradicionais cinza, grafite e preto, há quem faça da alternativa uma ferramenta para estilizar o veículo. No entanto, tingir o material de vermelho ou caramelo sairá até 35% mais caro para o bolso do motorista. Vale lembrar que revestir as laterais do carro com couro pode implicar em risco de acidentes. Se airbags, por exemplo, forem instalados ali, eles poderão não funcionar corretamente em caso de batida.

Mais conforto para o motorista e menor consumo de combustível são as principais vantagens do piloto automático. Esse acessório mantém um veículo na velocidade desejada sem que haja necessidade de pisar no freio ou no acelerador. Se o dispositivo for programado para manter um veículo numa velocidade de 120 km/h, por exemplo, ele mesmo vai acelerá-lo na subida ou reduzir a aceleração na descida. A velocidade de cruzeiro desejada poderá ser programada em botões que geralmente ficam junto ao volante. O dispositivo é desarmado automaticamente sempre que o motorista toca no pedal do freio. Do contrário, o piloto automático poderia prejudicar o sistema de frenagem e colocar os passageiros e risco. A maioria dos motoristas usa o sistema apenas em rodovias com poucas curvas, que dispensam a utilização do freio. Ao contrário do que acontece nos aviões mais sofisticados, o motorista precisa controlar a direção mesmo quando o piloto automático está ativado. Muita gente também confunde o piloto automático com os alertas sonoros de velocidade, que costumam equipar carros mais simples. Esse dispositivo só emite um barulho quando determinada velocidade é atingida. Dessa forma, o motorista não toma multas porque não percebeu que ultrapassou a velocidade máxima permitida.

Ninguém sabe explicar por que o câmbio automático não cai no gosto dos brasileiros. Desde a década de 1950, esse tipo de tecnologia é tão usada nos Estados Unidos que fica até difícil alugar um carro com câmbio manual e pedal de embreagem em cidades americanas. A impopularidade no Brasil não pode ser explicada pela falta de esforço das montadoras. Segundo a revista Quatro Rodas, o Ford lançou em 1969 o primeiro carro com transmissão automática no Brasil, o Galaxie LTD. Desde então, dezenas de outros carros chegaram ao mercado com essa tecnologia. Um dos possíveis motivos para a rejeição é o preço. Os carros com câmbio automático são, em geral, bem mais caros. Hoje em dia, no entanto, já existem dezenas de modelos à venda com preços de até 70.000 reais. Para o motorista, a grande diferença é a mordomia. Ao ligar o carro, é necessário apenas os escolher entre as funções ré (R), ponto morto (N) e dirigir (D). Em seguida, o próprio câmbio vai detectar a relação entre a velocidade e a rotação do motor para decidir pela troca automática das marchas. Mesmo com a comodidade, muita gente ainda acha que o carro perde esportividade ou que o câmbio automático é feito para quem não sabe dirigir.

Muita gente deve questionar a utilidade da instalação de um tocador de DVD no carro. Afinal, o motorista que dirige e assiste filmes ao mesmo tempo fica sujeito a uma multa grave, que gera um prejuízo de 127 reais e rende cinco pontos na carteira. A lei permite que o motorista ouça música com o carro em movimento, mas exige que a tela do DVD esteja desligada. Tanto que os aparelhos mais modernos apagam a tela automaticamente assim que o veículo começa a andar. Mas essa regra não vale para quem está no banco traseiro. O DVD pode ser instalado e ficar ligado no teto ou na parte de trás do banco do motorista sem que ninguém fique sujeito a uma multa grave. E, como os preços caíram muito nos últimos anos, quem costuma carregar passageiros ou perde bastante tempo dentro de um carro parado pode comprar um DVD portátil sem desembolsar nenhuma fortuna.

No site Submarino, os preços variam entre 340 e 4.000 reais - e o pagamento pode ser parcelado. A diferença de valores deve-se principalmente ao tamanho da tela, à qualidade da imagem e aos recursos disponíveis. Tela sensível ao toque e TV acoplada também costumam encarecer o produto. Muitos aparelhos possuem entrada USB ou para iPod e podem ser usados para ouvir música. Nesse caso, a instalação pode ser feita no próprio local onde é encaixado o rádio. Quem tem filhos pode instalar um monitor extra no banco traseiro. Mesmo que o tocador de DVD não capte o sinal de TV, é possível instalar em muitos modelos um sintonizador portátil capaz de realizar uma transmissão digital.

Quem tem um estômago sensível à comida de postos de gasolina ou restaurantes de beira de estrada não precisa passar forme em viagens longas. Existem no mercado diversos modelos de minigeladeiras com preços entre 300 e 600 reais capazes de manter resfriados alimentos e bebidas. A geladeira portátil pode ser carregada na tomada de 12 volts do veículo que fica no acendedor do isqueiro. Caso a bateria do carro comece a ficar descarregada, o equipamento vai se desligar automaticamente para que o motorista não corra o risco de ficar a pé. Algumas geladeiras também possuem um compartimento para aquecer alimentos - ou mamadeiras, no caso de quem tem filhos. Já na área de bebidas podem ser acomodadas entre 5 e 15 latinhas, dependendo do tamanho da geladeira. Mas não caia na tentação de beber cerveja gelada enquanto dirige que a lei seca continua em vigor nas vias e estradas brasileiras e você corre o risco de perder a carteira por um ano, pagar uma multa pesada e ter o carro apreendido.