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Novo Mad Max faz jus ao nome e é um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos

Com efeitos visuais e sonoros espetaculares e ação quase incessante, 'Mad Max: Estrada da Fúria' tem George Miller em sua melhor forma

madmax1 (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2015 às 17h21.

Fãs dos três primeiros filmes de Mad Max, clássicos absolutos, devem ter ficado com o coração na mão quando uma quarta obra, Estrada da Fúria, começou a ser produzida, ainda em 2011. A presença de George Miller, diretor da trilogia original, no comando da nova empreitada até acalmou um pouco os ânimos, mas nada que de fato eliminasse o receio com mais uma entre as inúmeras sequências e remakes que enchem Hollywood. Mas os devotos de Max Rockatansky poderão dormir tranquilos depois de assistir ao novo (e espetacular, visual e sonoramente falando) capítulo da franquia – que faz jus ao nome da série e é, até com certa folga, um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos.

Mais uma releitura (ou até um reinício) do que um remake da história, Estrada da Fúria tem em seu centro um Max um pouco diferente do presente nas obras de Mel Gibson. Sua personalidade não muda – o ótimo Max de Tom Hardy (o Bane do terceiro Batman de Christopher Nolan) continua um homem de poucas palavras, quase inexpressivo –, mas a biografia sim: o protagonista também perdeu a esposa e a filha, só que de forma diferente e um pouco depois. Ele é assombrado por esses “fantasmas do passado”, que o perseguem quase da mesma forma que o exército de loucos em busca de combustível e outros recursos.

É com esse grupo que o filme começa: em uma das perseguições, o “herói” é capturado e levado a um dos poucos resquícios de sociedade que restam no mundo desértico pós-apocalíptico, a Citadela. O local, cercado por uma população miserável, é governado por Immortan Joe (papel de Hugh Keays-Byrne), um líder totalitário que controla o fluxo de água e vive separado dos mais pobres, em uma área “nobre” no alto de uma chapada. Próximos a ele, ficam alguns de seus pálidos soldados (os Garotos de Guerra), seus filhos e sua Imperatriz, Furiosa (a excelente Charlize Theron, representando quase uma líder feminista). Por fim, também vivem em seu palácio algumas amas de leite e parideiras, que devem dar a ele suas crianças perfeitas.

Apresentado logo nos primeiros trinta minutos de filme, esse cenário distópico mostra a maior parte da bizarrices do longa (as tais amas de leite, por exemplo, são mulheres com ordenhadeiras) e é cheio de intensidade. Mas ainda assim, o trecho serve mesmo como uma abertura para toda a espetacular ópera de destruição que vem a seguir – e que começa com a fuga de um caminhão, pilotado por Furiosa, saindo da própria Citadela.

É nessa outra hora e meia que Mad Max: Estrada da Fúria revela sua verdadeira faceta, e vira um thriller de perseguição automobilística dos melhores, daqueles que quase fazem o coração sair pela boca. Não só pelos combates em alta velocidade, pela agilidade nas cenas e pelas tomadas (que por vezes confundem, como em Mad Max 2), mas também pelas explosões, pela pirotecnia, pelos tiros, por mais explosões e principalmente pela proximidade que temos com os personagens e suas ações nos carros (como nos primeiros filmes). Os próximos longas-metragens da franquia Velozes e Furiosos poderiam tirar bastante daqui, por sinal.

O visual de tudo isso surpreende, com efeitos impecáveis e carros dos mais criativos (destaque para o do guitarrista, cuja estrutura é composta por diversas caixas de som). Mas mais impressionantes ainda são a trilha – obra do holandês Junkie XL – e os efeitos sonoros, que transformam a ópera praticamente em um show dos britânicos do Motörhead de tão ensurdecedora. Comparando, Estrada da Fúria flui quase como aquela faixa Overkill (1979), que começa já embalada, acelera ainda mais e dá uma pausa (ou mais de uma, no caso do filme) antes de voltar a acelerar até terminar.

Os intervalos aqui, porém, são preenchidos pelas conversas que nem sempre adicionam algo e que podem ser considerados os pontos fracos na obra. Só que não por culpa de Max e Furiosa, os protagonistas – que falam pouco, mas o suficiente para terem uma tão necessária profundidade –, e sim pelos rasos coadjuvantes. As companheiras de viagem da imperatriz quase não falam e, como consequência, pouco se sabe sobre elas. E o mesmo vale para o soldado Nux (papel de Nicholas Hoult), que até cativa no final, mas sem nunca se apresentar direito.

De qualquer forma, as conversas (e as falhas) são tão poucas que ficam longe de comprometer a absolutamente fantástica obra de ação que é o novo Mad Max. Vale assisti-lo na maior tela possível e com o som no volume mais alto que puder aguentar, por sinal – assim fica mais difícil de perder algum detalhe ou referência na tela.

Mad Max: Estrada da Fúria estreia no Brasil no dia 14 de maio.

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