Casual

Navio é encontrado 62 anos depois do seu naufrágio no Canadá

Pesquisadores encontram destroços do último navio de Ernest Shackleton, o Quest, na costa do Canadá, 62 anos após seu naufrágio

Ernest Shackleton foi um explorador conhecido por suas expedições à Antártica no início do século XX. (Central Press/Getty Images)

Ernest Shackleton foi um explorador conhecido por suas expedições à Antártica no início do século XX. (Central Press/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 14 de junho de 2024 às 07h31.

Pesquisadores descobriram os destroços do navio Quest, última embarcação utilizada pelo explorador Ernest Shackleton, ao largo da costa do Canadá. A embarcação naufragou no Mar do Labrador em 1962, após quatro décadas de serviço, e a descoberta ocorre 62 anos após seu desaparecimento, proporcionando novos insights sobre a era heroica da exploração polar.

O navio Endurance, que carregou o explorador em sua tentativa malsucedida de atravessar a Antártica em 1915, é conhecido por protagonizar uma das maiores histórias de sobrevivência na exploração polar. A descoberta de seus destroços no Mar de Weddell em 2022 trouxe novamente Shackleton ao centro das atenções, gerando interesse pela busca de outro navio menos conhecido, o Quest.

Este navio estava levando Shackleton de volta ao 'continente gelado' quando ele sofreu um ataque cardíaco e morreu em 1922. O Quest navegou por mais 40 anos até afundar durante uma viagem de caça a focas na costa atlântica do Canadá em 1962.

A aguardada descoberta

De acordo com o The New York Times, no dia 9 de junho, enquanto observava o monitor de sonar no laboratório de pesquisa do barco, Geiger viu uma forma peculiar. Ele imediatamente chamou todos os membros da tripulação para o laboratório, incluindo David Mearns, um veterano caçador de naufrágios que ajudou a planejar a jornada. A tripulação passou as cinco horas seguintes rebocando o sonar sobre os destroços, coletando mais ângulos e imagens do Quest no fundo do Mar do Labrador.

Já há planos para retornar ao Mar do Labrador ainda este ano para capturar mais imagens e vídeos dos destroços. Shackleton planejava usar o Quest para explorar uma parte do Ártico quando morreu em sua cabine em 5 de janeiro de 1922.

O Quest estava ancorado perto da ilha da Geórgia do Sul (na região das Ilhas Malvinas) na época, a mesma onde Shackleton organizou o resgate de sua tripulação do Endurance. Nas décadas seguintes, o Quest foi utilizado em operações de resgate, exploração e viagens de caça a focas. Durante uma dessas viagens, em 5 de maio de 1962, o navio foi danificado pelo gelo e afundou na costa de Newfoundland e Labrador, com a tripulação sobrevivendo.

A expedição, liderada pela Royal Canadian Geographical Society, custou 500 mil dólares canadenses, cerca de 1,9 milhão de reais.

Quem foi Ernest Shackleton?

Ernest Shackleton foi um explorador polar anglo-irlandês, conhecido por suas expedições à Antártica no início do século XX. Ele liderou três expedições britânicas à região, sendo mais notável a Expedição Transantártica Imperial de 1914-1917, durante a qual o navio Endurance ficou preso no gelo e eventualmente afundou.

Nascido em 1874, Shackleton começou sua carreira naval aos 16 anos e rapidamente se destacou como líder de expedições polares. Sua primeira viagem à Antártica foi em 1901, como terceiro oficial na Expedição Discovery liderada por Robert Falcon Scott. Mais tarde, Shackleton organizou e liderou a Expedição Nimrod de 1907-1909, durante a qual chegou mais perto do Polo Sul do que qualquer outro explorador até então.

Shackleton é lembrado principalmente por seus esforços para salvar sua tripulação após o Endurance ser esmagado pelo gelo no Mar de Weddell em 1915, causando seu naufrágio e deixando os exploradores presos nas planícies de gelo ártico.

Acompanhe tudo sobre:CanadáNaviosAntártica

Mais de Casual

O 'pulo do gato' de US$ 80 milhões da Ford que muda a produção da Ranger para o Brasil

Resort do Four Seasons nas Bahamas é repaginado por Jacquemus

Tadáskía: o novo nome brasileiro presente no MoMA

Conheça o laboratório subterrâneo de Paris que revela os segredos das obras de arte

Mais na Exame