Justiça de NY exige indenização a grafiteiros por obras apagadas
Juiz de Nova York concedeu uma indenização de 6,75 milhões de dólares a 21 grafiteiros cujas obras foram apagadas por um investidor imobiliário em 2013
AFP
Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 12h31.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2018 às 12h36.
Em uma histórica decisão que determina que a arte do grafite deve estar protegida pela lei federal americana, um juiz de Nova York concedeu uma indenização de 6,75 milhões de dólares a 21 grafiteiros cujas obras foram apagadas por um investidor imobiliário em 2013.
Em sua decisão, o juiz Frederic Block concedeu o total máximo possível por danos e prejuízos, 150.000 dólares para cada uma das 45 obras eliminadas das paredes do galpão 5Pointz, no Queens.
Durante 20 anos, o investidor imobiliário Jerry Wolkoff convidou os grafiteiros deste grande complexo industrial, transformando-o, segundo o advogado dos grafiteiros, no "maior museu do aerosol do ar livre do mundo".
Mas, em 2013, Wolkoff pintou de branco suas paredes e, no ano seguinte, demoliu o prédio para permitir a construção de luxuosas torres residenciais por um valor de 400 milhões de dólares.
Os 21 artistas entraram com um processo, argumentando que antes da chegada do trator demolidor deveriam ter a chance de resgatar sua arte aclamada internacionalmente e motivo de atração de turistas.
Eles se basearam em uma lei federal pouco conhecida, que protege os direitos dos artistas visuais e afirma que qualquer obra de arte deve ser protegida, desde que tenha sua qualidade reconhecida.
Eric Baum, advogado dos artistas, comemorou a decisão.
"A decisão é uma clara indicação de que a arte do aerosol está na mesma categoria que qualquer outra arte, e merece como as demais a proteção da lei federal", afirmou Baum à AFP.