Idec lista 10 alimentos que não são o que parecem. Veja
Órgão de defesa do consumidor listou os itens das prateleiras que mais podem enganar o público, como, por exemplo, hambúrguer de picanha, azeite e mel
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2013 às 17h14.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h23.
São Paulo – As aparências enganam. Esse velho ditado também pode ser aplicado à alimentação . Uma pesquisa divulgada neste mês pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor ) mostrou que muita gente pode levar para casa itens que, na verdade, não são exatamente aquilo que parecem ser. As artimanhas usadas pelas empresas (todas de acordo com a legislação) são jogos de palavras nas embalagens, posicionamento estratégico nas gôndolas e comunicação visual ambígua. Os mais distraídos, então, levam para casa produtos diferentes daquilo que desejavam. Por isso, o órgão fez uma lista com os produtos que mais chamaram a atenção de seus pesquisadores nesse quesito. Confira.
Quem ama churrasco dificilmente terá dúvidas entre escolher um hambúrguer de picanha e outro de carne bovina não especificada. O problema é que sanduíches prontos congelados para micro-ondas têm estampado o nome dessa carne nobre em letras garrafais e, em descrição miúda, explicam que não é bem assim. Os pesquisadores do Idec viram marcas cuja carne era, na verdade, uma mistura de carne bovina com carne de frango e sabor de picanha. O queijo “sabor cheddar” também não passa de queijo processado.
O complemento de cor amarela que muita gente gosta de adicionar no sanduíche também está na lista das comidas que podem enganar. Isso porque, sob a nomenclatura de “molho de mostarda”, esse ingrediente pode conter bem menos sementes do condimento do que deveria. Para engrossar o caldo, são misturados água, vinagre, açúcar, amido e uma pequena quantidade do vegetal que dá nome ao produto.
O Ministério da Agricultura estabeleceu que a linguiça calabresa deve ter apenas carne suína, com ingredientes que dão o sabor picante próprio da pimenta calabresa. No entanto, o Idec percebeu uma manobra por parte de grande parte das marcas: usando o termo “linguiça tipo calabresa”, elas puderam adicionar à composição carne de aves e proteína de soja. Basta olhar na lista de ingredientes para ver se a calabresa é genuína ou não.
Ao ver embalagens muito parecidas na geladeira do supermercado, o consumidor pode não perceber quem alguns tipos de requeijão não são exatamente como o esperado. De acordo com o Idec, informações em letras pequenas nos rótulos mostram que há potes que trazem, além do derivado do leite, itens derivados de vegetais como amido e gordura vegetal.
Por trás do queijo em formato de bola, cor branca e sabor suave pode haver uma mistura não muito interessante. Algumas marcas, segundo a pesquisa do Idec, usam quantidades grandes de leite de vaca (e não apenas de búfala) na fabricação dessa muçarela. O levantamento feito pelo órgão verificou que o teor de leite diferente pode atingir 80% da composição.
Apesar de parecer, os achocolatados prontos não são exatamente feitos de leite com chocolate. Na verdade, as caixas contém “bebida láctea”, o que significa que o que se bebe é soro misturado com leite de diferentes formas, como reconstituído e em pó, além de água e gordura vegetal. Isso faz com que eles sejam menos nutritivos do que o desejado.
Com um preço inferior ao mel autêntico, esse tipo de mel costuma ser a primeira opção dos desavisados. Mas basta a leitura do rótulo para ver que a substância é outra, podendo ser à base de glicose ou de melado de cana. A primeira opção é, segundo nutricionista consultada pelos pesquisadores, menos saudável, por ser muito processada e ter um alto nível de açúcar. A segunda é um pouco menos nociva, por ter alguns minerais.
Apesar de embalagens, nomes dos produtos e localização nas prateleiras indicarem que o consumidor está diante de uma lata de azeite, há algumas marcas que podem enganar. Em vez do mais puro óleo de oliva, o que se encontra é uma mistura em que o ingrediente principal é o óleo de soja. A porcentagem nesses casos gira em torno de 85% a 90% da composição.
Sob a expressão “cereais não maltados”, impressa na composição das cervejas brasileiras, muitas das grandes marcas disfarçam uma alteração na receita original da bebida, que deveria incluir apenas água, malte de cevada e lúpulo. O Idec chamou a atenção para duas pesquisas feitas em 2012, nas quais muitas cervejas do país têm quase 50% de milho em sua composição.
Assim como no caso dos achocolatados prontos, os iogurtes também podem conter soro de leite, o que faz com que, tecnicamente, não possam ser chamados de iogurte, mas sim de “bebida láctea fermentada”. A diferença está principalmente na consistência, já que estes últimos são mais “aguados” do que o alimento original.