Casual

Festival de Cannes volta sem máscaras e com tom de retomada do cinema

Após ser cancelado em 2020, a mostra este ano ocorre presencialmente e traz o renomado cineasta Spike Lee para presidir o corpo de júri

O diretor americano Spike Lee posa em frente ao Hotel Four Seasons, onde aguarda pela semana de exibições do Festival de Cannes (Marc Piasecki/Getty Images)

O diretor americano Spike Lee posa em frente ao Hotel Four Seasons, onde aguarda pela semana de exibições do Festival de Cannes (Marc Piasecki/Getty Images)

Esta reportagem faz parte da newsletter EXAME Desperta. Assine gratuitamente e receba todas as manhãs um resumo dos assuntos que serão notícia.

Nesta terça-feira, 6, na Riviera Francesa, os flashes das câmeras já estão preparados para registrar a elegância dos que passarem pelo tapete vermelho da 74º edição do aguardado Festival de Cannes. Este ano, a mostra será presencial, e por isso desfruta de um tom, digamos assim, mais otimista e de retomada da sétima arte.

O evento, que acontece dois meses depois de sua data habitual, começa com a exibição de "Annette", um musical de Leos Carax protagonizado por Adam Driver e Marion Cotillard. O cineasta francês disputa a Palma de Ouro, que será anunciada em 17 de julho, ao lado de outros grandes nomes, como o holandês Paul Verhoeven, o iraniano Asghar Farhadi e o americano Sean Penn, que retorna após malquisto "The last face".

O homenageado deste ano e que estampa o cartaz oficial da premiação é o diretor americano Spike Lee, outrora rejeitado pelo festival com seu longa "Faça a Coisa Certa" (1989). Além do tributo, o embaixador da grife Montblanc registra o marco de ser o primeiro negro a presidir o júri do festival — num revés histórico frente ao que narra o roteiro de seu renomado filme que discute as posições sociais por segreção de raças.

Imagina-se que ao diretor também caberá trazer o senso de retomada da indústria cinematográfica, que em 2020 se viu dependente da Netflix e outras plataformas de streamings para chegar até o grande público. Para que este sentimento esteja no rosto dos presentes, os exibidores, distribuidores, produtores, atores e público não precisarão usar máscaras. Será exigido somente uma espécie de passaporte de vacina até o dia da cerimônia de premiação e encerramento, e exames para os não vacinados a cada 48 horas.

Contudo, este ano não há cineastas brasileiros competindo na categoria principal do festival. Mas serão exibidos os longas nacionais “O Marinheiro das Montanhas”, de Karim Aïnouz, “Medusa”, de Anita Rocha da Silveira. Entre os curtas “Sideral”, de Carlos Segundo, e “Céu de Agosto”, de Jasmin Tenucci, que competem pela Palma de Ouro da seção, e “Cantareira”, de Rodrigo Ribeyro, na Cinéfondation.

Para os presentes e espectadores de Cannes, o subir dos créditos este ano deve simbolizar muito mais que o fim das sessões. São o primeiro ato para que as salas de cinema fiquem cheias novamente.

Confira a lista de 24 filmes que vão disputar a Palma de Ouro em 2021:

– “Annette”, do francês Leos Carax. Protagonizado por Adam Driver e Marion Cotillard, que personificam um casal de estrelas cuja vida muda com a chegada de sua primeira filha.

– “Benedetta”, do holandês Paul Verhoeven. Retrato de uma freira homossexual ambientado no século XV e baseado em fatos reais.

– “A Crônica Francesa”, do americano Wes Anderson. Filmado no sudoeste da França e protagonizado por Bill Murray, Tilda Swinton, Benicio del Toro e Adrien Brody.

– “Tout s’est bien passé”, do francês François Ozon. Adaptado do romance homônimo de Emmanuèle Bernheim, sobre uma filha que ajuda o pai a morrer. Com Sophie Marceau, Charlotte Rampling e André Dussollier no elenco.

– “Tre piani”, do italiano Nanni Moretti. Duas décadas depois de ganhar a Palma de Ouro, o diretor volta a Cannes com um filme sobre várias famílias que moram no mesmo prédio.

– “A Hero”, do iraniano Asghar Farhadi. Um thriller psicológico com o qual o oscarizado cineasta voltou a filmar em seu país natal.

– “Flag day”, do americano Sean Penn. Sobre a vida dupla de um pai de família.

– “Red Rocket”, do americano Sean Baker. Um filme de cinema independente que narra o retorno de uma estrela pornô à sua pequena cidade no Texas.

– “Petrov’s Flu”, do russo Kirill Serebrennikov. Um filme entre o sonho e a realidade que retrata a vida de um quadrinista na Rússia pós-soviética.

– “Memoria”, do tailandês Apichatpong Weerasethakul. Tilda Swinton interpreta uma orquidófila que viaja à Colômbia para visitar sua irmã e começa a ouvir sons estranhos.

– “Titane”, da francesa Julia Ducournau. Protagonizado por Vincent Lindon, conta o retorno de um menino desaparecido há 10 anos e o reencontro com seu pai.

– “Casablanca Beats”, do marroquino Nabil Ayouch. Um filme ambientado no mundo do hip hop que descreve a criatividade da juventude de Marrocos.

– “Bergman Island”, da francesa Mia Hansen-Love. Um casal de cineastas americanos se estabelece na ilha que inspirou o cineasta sueco. Tim Roth é o protagonista.

– “Drive my car”, do japonês Ryusuke Hamaguchi. Um filme basado em uma obra de Haruki Murakami.

– “The story of my wife”, da húngara Ildikó Enyedi. Um drama com os franceses Léa Seydoux e Louis Garrel.

– “Ahed’s knee”, do israelense Nadav Lapid. Um cineasta enfrenta a morte de sua mãe.

– “Compartment N. 6”, do finlandês Juho Kuosmanen. Um “road-movie” sobre uma mulher que pega um trem romo ao círculo polar ártico.

– “The worst person in the world”, do norueguês Joachim Trier. Relata a história de uma mulher em Oslo que busca refazer sua vida.

– “La fracture”, da francesa Catherine Corsini. Um filme ambientado em um hospital, com Valeria Bruni Tedeschi e Marina Foïs.

– “Les intranquilles”, do belga Joachim Lafosse. Drama que explora os meandros do trastorno bipolar.

– “Les Olympiades”, do francês Jacques Audiard. Filmado em um bairro multiétnico de Paris, conta com a premiada Céline Sciamma no roteiro.

– “Lingui”, do chadiano Mahamat-Saleh Haroun. Drama sobre uma adolescente grávida no Chade, onde o aborto é proibido.

– “Nitram”, do australiano Justin Kurzel. Um filme que através da lembrança de um massacre com dezenas de mortos em 1996 aborda a venda de armas.

– “France”, do francês Bruno Dumont. Léa Seydoux encarna uma famosa jornalista cuja vida muda totalmente após um acidente.

Com informações da AFP

Acompanhe tudo sobre:CinemaExame HojeFestival de Cinema de CannesFrançaMontblanc

Mais de Casual

Como a Loewe se tornou a marca de luxo mais desejada do mundo

Corona Cero cria espaço exclusivo para transmissão dos Jogos Olímpicos no coração financeiro de SP

Clima olímpico: conheça oito receitas clássicas francesas e onde encontrá-las em São Paulo

Os 5 melhores filmes e séries para maratonar no fim de semana

Mais na Exame