Dia Internacional do Veganismo: por que nem todo vinho é vegano?
Em essência, todo vinho é vegano, mas em algumas etapas da industrialização, pode ocorrer a adição de elementos como cola de peixe e clara de ovo: entenda
Matheus Doliveira
Publicado em 1 de novembro de 2020 às 07h00.
Hoje, dia primeiro de novembro, comemora-se o Dia Internacional do Veganismo. Quando pensamos nele, dezenas de pratos que não usam ingredientes de origem animal podem vir à cabeça. Mas e as bebidas?À primeira vista, todos os vinhos são veganos, afinal, eles são feitos de uma fruta. Certo? Bom, essencialmente, sim, o vinho é suco de uva fermentado. As leveduras, naturais ou cultivadas, convertem os açúcares do suco de uva em álcool. Até aí, tudo certo para um vinho ser considerado vegano. Porém, a razão pela qual nem todos os vinhos o são tem a ver com um processo específico da fase de vinificação, chamado clarificação.
Você já deve ter percebido que alguns vinhos formam os chamados “cristais”, pequenas partículas que deixam a bebida mais turva. O processo de clarificação consiste em adicionar componentes coagulantes na bebida, aumentando o tamanho e o peso das moléculas, dessa forma, estes resíduos ficam acumulados nos tanques e não são transferidos para a garrafa, deixando a bebida mais límpida.Para se fazer este processo é necessário utilizar uma substância proteica. Algumas empresas usam cola de peixe, clara de ovo, caseína do leite ou gelatina feita com a pele ou osso de porco. Isso evita depósitos e partículas no vinho.
Outro método consiste na filtragem do vinho, antes dele ser engarrafado, com uma bateria de placas de bentonita, um tipo de argilomineral. Ainda existe a filtragem tangencial por membranas inorgânicas, preparadas com materiais cerâmicos, vítreos e/ou metálicos. A vantagem é que esse método, além de não utilizar nada de origem animal, não captura os polifenóis, que são componentes importantes para os aromas do vinho. “Toda colagem ou filtragem retira algo do vinho e gera sempre uma pequena perda aromática e estrutural. Essa solução permite clarear o vinho, fazê-lo brilhar e o estabiliza no plano microbiológico. Afinal, a função da colagem e filtragem é exatamente de limpar e dar estabilidade ao vinho” explica Walter Júnior, sócio da Wine To You (W2U), importadora responsável por trazer ao Brasil os produtos da Vinovalie, cooperativa de vinicultores franceses empenhada em oferecer bebidas ecologicamente saudáveis e economicamente sustentáveis.
Confira abaixo algumas opções de vinhos Veganos:
Rosé Piscine Stripes
Com a característica garrafa listrada de azul e branco, o Rosé Piscine Stripes foi o vinho rosé francês mais vendido no Brasil em 2018 e 2019. Inspirada nos ritmos e dos estilos de vida da badalada Saint-Tropez, na França, a bebida feita para ser consumida com duas ou três pedras de gelo. Versátil, é refrescante, de coloração rosé salmão, levemente frutado, com notas de lichia e flores. Na boca, um final bastante exótico, que sugere como ótima pedida para quiches, canapés ou saladas. Valor sugerido: R$ 143
Sea Sun Rosé
Da mesma família do Rosé Piscine, o Sea Sun é um vinho de mesa, suave, feito na região francesa de Cahors. Produzido com um blend de uvas Gamay, Muscat e Negrette, tem em sua composição com uma menor concentração de açúcar, que lhe permite ser servido bem gelado ou apenas com uma pedra de gelo. É marcado por aromas florais e de frutas vermelhas, especialmente framboesa e morango. Valor sugerido: R$ 103
Rosé Piscine Freez
Concebido para satisfazer os novos padrões de consumo dos jovens, o Rosé Piscine Freez foi desenvolvido para ser bebido com cubos de gelo. Ao mesmo tempo refrescante e festivo, é ideal como aperitivo. O paladar é espumante e fresco, com uma boca intensa e suave e um final exótico. Traz um aroma de nariz floral com notas de flores brancas e rosas. O produto foi concebido na Itália, na charmosa região Piemonte, famosa pelas colheitas de uvas finas. Fabricado pela Vinovalie, trata-se de um vinho rosé com teor alcoólico de 7,5%, com produção de uvas 100% Moscato Rosso. Valor sugerido: R$ 181
Tarani Cahors Malbec
Diferente dos Malbec presentes no Brasil, que normalmente são de origem argentina, o Tarani é a versão original da cepa Malbec francesa. Com aromas de frutas pretas, mirtilo e amora com um toque leve de baunilha, tem um paladar com taninos suaves e um final doce, sedutor e frutado que faz grande sucesso quando harmonizado com massas e pizzas. Valor sugerido: R$ 102
Tarani Reserve Cahors Malbec
É um vinho tinto produzido com os melhores cachos de malbec da colheita de 2012, tem aromas intensos de frutas vermelhas maduras, nuances orientais de amêndoas tostadas, madeira discreta, especiarias e notas leves de baunilha. No paladar é concentrado e com notas de pimenta do reino, com final persistente. Um vinho apto ao envelhecimento podendo ser guardado de 8 a 10 anos. É o que os franceses chamam de “vin de copains” (vinho de amigos), aquele que é escolhido para compartilhar um papo entre colegas. Valor sugerido: R$ 153
Sang Mêlé Rouge
Sang-Mêlé é o fruto da união de 4 terroirs, onde o solo de cada terroir é composto basicamente pelas seguintes pedras: seixos rolados, graves rosas, pedras vermelhas e graves de terraço. Um blend com uvas tipicas do Suldoeste da França, o que se traduz em um vinho muito frutado e intenso. Valor sugerido: R$ 157
Les Paradis
O Le Paradis é um vinho super premium da região de Cahors terra dos Malbecs Franceses. Potente e estruturado, passa por barricas de primeiro uso de carvalho Francês. Foi premiado com o prestigioso Decanter World Wine Awards (DWWA), um dos maiores e mais influentes concursos de vinhos do mundo devido ao seu processo de seleção internacional. Valor sugerido: R$ 396