Daniel Auteuil recria humanismo de Pagnol em A Filha do Pai
Ator Daniel Auteuil estreia na direção com o drama romântico adaptando romance de Marcel Pagnol
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2012 às 08h39.
São Paulo - Um dos monstros sagrados do cinema francês, com mais de 90 filmes no currículo, o ator Daniel Auteuil estreia na direção com o drama romântico "A Filha do Pai", adaptando romance de Marcel Pagnol (1895-1974).
Auteuil está à vontade no universo humanista de Pagnol, já tendo interpretado o personagem Ugolin em dois filmes adaptados de sua obra, "Jean de Florette" e "A Vingança de Manon", sob a direção de Claude Berri - um papel que lhe rendeu um prêmio Bafta como melhor ator coadjuvante.
O ator também tem o cuidado de guardar para si um papel à sua medida em "A Filha do Pai", o poceiro Pascal Amoretti. Homem rude e honrado, Pascal vive do duro trabalho de abrir poços numa região campestre do sul da França.
Seu melhor amigo é o colega Felipe (Kad Merad). Viúvo e pai de cinco filhas, Pascal recebe cuidados especiais da mais velha, Patricia (Astrid Bergès-Frisbey, de "Piratas do Caribe - Navegando em Águas Profundas"), que leva seu almoço no trabalho todos os dias, além de cuidar das irmãs menores.
Essa vida perfeitamente pacata sofre um abalo quando Patricia se envolve com Jacques Mazel (Nicolas Duvauchelle), filho do maior comerciante da cidade (Jean-Pierre Darroussin). Depois de uma paixão instantânea, a moça engravida, ao mesmo tempo em que Jacques, que é piloto, parte para a guerra, sem ter conhecimento da grande notícia.
No contexto de uma época mais conservadora, a gravidez é um problema incontornável para a família Amoretti, levando Patricia a refugiar-se na casa de uma tia (Marie-Anne Chazel).
Envolvido por um clima francamente nostálgico, o filme conta uma história em que se discutem valores de honra e dignidade que superam o dinheiro, encarnados especialmente pelo clã Amoretti e pelo agregado Felipe - que mais de uma vez tenta casar-se com Patricia, sendo repelido pela moça.
Se como ator Auteuil é espetacular, como diretor ainda mostra algumas hesitações. O filme ressente-se às vezes de um excesso de explicações e de uma certa falta de ritmo, ainda que nunca falte graça e delicadeza às interpretações. O elenco reúne alguns dos melhores atores da França, incluindo Sabine Azéma, no papel da intrigante mãe de Jacques Mazel.
Quanto a Auteuil, parece ter gostado da experiência de dirigir. Já está envolvido numa outra produção, novamente de volta à obra de Pagnol, agora adaptando "La Trilogie Marsellaise", na qual, mais uma vez, vai acumular as funções de ator e diretor.
https://youtube.com/watch?v=QJAP-D0fZ6k
São Paulo - Um dos monstros sagrados do cinema francês, com mais de 90 filmes no currículo, o ator Daniel Auteuil estreia na direção com o drama romântico "A Filha do Pai", adaptando romance de Marcel Pagnol (1895-1974).
Auteuil está à vontade no universo humanista de Pagnol, já tendo interpretado o personagem Ugolin em dois filmes adaptados de sua obra, "Jean de Florette" e "A Vingança de Manon", sob a direção de Claude Berri - um papel que lhe rendeu um prêmio Bafta como melhor ator coadjuvante.
O ator também tem o cuidado de guardar para si um papel à sua medida em "A Filha do Pai", o poceiro Pascal Amoretti. Homem rude e honrado, Pascal vive do duro trabalho de abrir poços numa região campestre do sul da França.
Seu melhor amigo é o colega Felipe (Kad Merad). Viúvo e pai de cinco filhas, Pascal recebe cuidados especiais da mais velha, Patricia (Astrid Bergès-Frisbey, de "Piratas do Caribe - Navegando em Águas Profundas"), que leva seu almoço no trabalho todos os dias, além de cuidar das irmãs menores.
Essa vida perfeitamente pacata sofre um abalo quando Patricia se envolve com Jacques Mazel (Nicolas Duvauchelle), filho do maior comerciante da cidade (Jean-Pierre Darroussin). Depois de uma paixão instantânea, a moça engravida, ao mesmo tempo em que Jacques, que é piloto, parte para a guerra, sem ter conhecimento da grande notícia.
No contexto de uma época mais conservadora, a gravidez é um problema incontornável para a família Amoretti, levando Patricia a refugiar-se na casa de uma tia (Marie-Anne Chazel).
Envolvido por um clima francamente nostálgico, o filme conta uma história em que se discutem valores de honra e dignidade que superam o dinheiro, encarnados especialmente pelo clã Amoretti e pelo agregado Felipe - que mais de uma vez tenta casar-se com Patricia, sendo repelido pela moça.
Se como ator Auteuil é espetacular, como diretor ainda mostra algumas hesitações. O filme ressente-se às vezes de um excesso de explicações e de uma certa falta de ritmo, ainda que nunca falte graça e delicadeza às interpretações. O elenco reúne alguns dos melhores atores da França, incluindo Sabine Azéma, no papel da intrigante mãe de Jacques Mazel.
Quanto a Auteuil, parece ter gostado da experiência de dirigir. Já está envolvido numa outra produção, novamente de volta à obra de Pagnol, agora adaptando "La Trilogie Marsellaise", na qual, mais uma vez, vai acumular as funções de ator e diretor.