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Bienal de Havana será realizada apesar de convocação a 'boicote'

A Bienal de Havana, o evento artístico mais importante do país, acontecerá entre 12 de novembro deste ano e 30 de abril de 2022

Curiosos observam os retoques finais de uma colagem gigante do francês JR em uma parede da capital cubana em 10 de abril de 2019, durante a Bienal de Arte de Havana. (AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 28 de outubro de 2021 às 10h40.

A 14ª Bienal de Havana será realizada com a presença de 300 artistas, apesar do apelo a um "boicote" por um grupo de criadores cubanos que pedem que as pessoas não participem como protesto contra a prisão de seus colegas, confirmou na quarta-feira (27) Nelson Ramírez, diretor do evento de arte.

“Aqueles que pedem um boicote hoje se baseiam em grande medida em argumentos que transcendem as funções, competências e objetivos de um espaço artístico”, disse Ramírez em entrevista coletiva, indicando que apenas “cinco artistas (convidados) recusaram”, um número que não considera "significativo".

Mais de 150 artistas e intelectuais da América Latina apoiaram na quarta-feira sua realização em nota publicada no jornal mexicano La Jornada, encabeçada pelo diretor do Fundo de Cultura Econômica, Paco Ignacio Taibo II, e a escritora mexicana nascida na França, Elena Poniatowska .

“O pretenso boicote tem um tom imperial e desestabilizador contra Cuba e contra a Bienal”, alega a mensagem de apoio ao encontro.

A Bienal de Havana, o evento artístico mais importante do país, acontecerá entre 12 de novembro deste ano e 30 de abril de 2022.

“Dizemos ‘NÃO’ (...) porque os artistas cubanos estiveram, e outros ainda permanecem, na prisão; porque dezenas de profissionais da arte estão em reclusão domiciliar; porque mais de mil de nossos concidadãos foram presos durante os grandes protestos de 11 de julho", explica uma carta pública assinada por mais de 500 artistas cubanos e estrangeiros.

Milhares de cubanos foram às ruas em 11 e 12 de julho em 50 cidades sob gritos de "temos fome" e "liberdade". Uma pessoa foi morta, dezenas ficaram feridas e mais de mil foram detidas, das quais cerca de 560 seguem presas.

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