
The Line (a linha), contará com diversas vilas interconectadas por uma linha de metrô subterrânea. (NEOM/Divulgação)
Imagine uma cidade sem carros, em que tudo pode ser resolvido em poucos minutos de caminhada em meio à natureza. Utópico demais para o século 21? Pois é isto o que a Arábia Saudita acaba de lançar, mais uma cidade que pretende revolucionar a arquitetura do país. Trata-se do The Line, uma cidade com 170 quilômetros de extensão em que é possível fazer tudo a pé, em menos de 5 minutos.
A cidade será composta de vilas que terão serviços essenciais, como escolas, clínicas médicas, lazer e espaços verdes próximo às moradias, para que tudo possa ser feito caminhando. Os serviços da cidade estarão no primeiro subsolo. Já o segundo subsolo do The Line contará com uma linha metroviária que percorrerá toda a extensão da cidade, conectando as vilas mais distantes.

Como a cidade funcionará: no térreo estarão as casas, já no primeiro subsolo estarão os serviços essenciais, no andar abaixo, a linha de metrô irá conectar os vilarejos. (NEOM/Divulgação)
O projeto foi desenvolvido pelo governo saudita, que tem o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman como presidente do conselho da empresa NEOM (que também é uma cidade planejada). Em comunicado à imprensa, o príncipe falou sobre o propósito da construção de uma cidade sem trânsito e poluição. “Em cidades que são vistas como as mais avançadas do mundo, as pessoas passam anos de sua vida viajando diariamente. Em 2050, a duração do trajeto será em dobro. Além disso, 90% das pessoas respiram ar poluído. Por que devemos sacrificar a natureza em prol do desenvolvimento? Por que deveríamos perder 1 milhão de pessoas a cada ano devido a acidentes de trânsito? E por que devemos aceitar desperdiçar anos de nossa vida indo para o trabalho? Portanto, precisamos transformar o conceito de uma cidade convencional em futurista”, concluiu.
A cidade está localizada em NEOM, ligando a costa do Mar Vermelho com as montanhas e vales do noroeste da Arábia Saudita. The Line tem a ambição de ser o centro de inovação global, já que mais de 40% da população global é capaz de chegar na cidade em menos de 4 horas de voo, e 13% do comércio mundial flui através do Mar Vermelho.
A construção pretende ser “uma resposta direta a alguns dos desafios mais urgentes que a humanidade enfrenta hoje”, disse ainda o comunicado. A construção da cidade pretende gerar 380.000 empregos e adicionar 48 bilhões de dólares para o PIB do país até 2030.
A cidade terá capacidade para 1 milhão de habitantes, preservando 95% da natureza dentro do NEOM, sem carros, sem ruas e sem emissões de carbono. Para o príncipe a construção é a primeira cidade, em 150 anos, que foi projetada em torno das pessoas, e não de estradas. O plano é que a construção aconteça ainda no primeiro trimestre deste ano.