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"Amor Sem Fim" é remake insosso da sessão da tarde

Filme dirigido por Shana Feste é uma versão atualizada do dirigido por Franco Zeffirelli, dos anos 80


	Cena do filme “Amor Sem Fim”
 (Divulgação / H2O Filmes)

Cena do filme “Amor Sem Fim” (Divulgação / H2O Filmes)

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Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2014 às 17h53.

São Paulo - Será que o mundo precisa mesmo de um remake de Amor Sem Fim? A julgar pela reação do autor do romance original – publicado em 1979, e adaptado para o cinema em 1981 – a resposta é um sonoro não. 

O escritor Scott Spencer renegou o filme numa mensagem enviada ao The Hollywood Reporter. Pode parecer zelo de criador – mas não é. Se a primeira versão já não era grande coisa, esta nova simplesmente não se justifica.

Até porque o público está muito mais interessado em A Culpa É das Estrelas, em cartaz no país, que também aborda o eterno tema da paixão entre dois adolescentes.

A versão dos anos 1980, dirigida por Franco Zeffirelli, que tentava repetir o sucesso de seu Romeu e Julieta, trazia uma jovem Brooke Shields (recém-saida do polêmico Pretty Baby e o famoso A Lagoa Azul) e um desconhecido Tom Cruise (que era mero coadjuvante).

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O filme ficou mais famoso por sua música pegajosa (interpretada por Diana Ross e Lionel Richie) e as inúmeras reprises na TV aberta no Brasil.

Amor Sem Fim retrata a paixão (supostamente) doentia entre Jade Butterfield (Gabriella Wilde) e David Elliot (Alex Pettyfer).

Dirigido por Shana Feste (Em busca de uma nova chance), o longa é tão arrumadinho, tão asséptico, que o romance entre os protagonistas beira o banal – a ponto de o casal de adolescentes praticamente sumir, e o filme ser dominado pelos adultos.

Na primeira cena, vemos Jade e David formando-se no colegial – no qual ela passou o tempo todo com o nariz enfiado nos livros e sem tempo para conhecer seus colegas, nem mesmo David, que é loucamente apaixonado por ela, embora nunca tenha se dado ao trabalho de demonstrar.

Apesar disso, ele fará todos os esforços para chamar a atenção da moça.

Isso não agrada ao pai da menina, Hugh (Bruce Greenwood), que ainda sofre com a perda de um filho. Ele também não aprova que a filha se envolva com David porque o pai do rapaz tem uma oficina mecânica.

Essa questão, nos dias de hoje, é algo tão fora de propósito que o filme começa a ruir por aí. Apenas a mãe de Jade, Anne (Joely Richardson), que é divorciada do pai e possui um espírito mais livre, parece perceber o quanto David faz a menina feliz e, por isso, fica do lado dela.

Nem por isso Hugh cede e, assim, o filme encontra nele e em seu intérprete – muito mais experiente e capaz de extrair algo de um personagem tão caricato – seus pontos mais interessantes, muito mais do que o romance dos jovenzinhos.

Cujos intérpretes, aliás, bem longe da adolescência, mais parecem aquilo que realmente são: adultos passando-se por adolescentes.

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