A vida imita a arte? Conheça por dentro as casas de artistas pelo mundo
Publicação lançada pela Phaidon, traz fotografias, entrevistas e curiosidades de mais de 250 casas que abrigaram os mais diversos artistas
Julia Storch
Publicado em 6 de janeiro de 2021 às 11h15.
Última atualização em 8 de janeiro de 2021 às 11h40.
Os mais famosos quadros do pintor francês Claude Monet foram feitos no jardim de sua casa, em Giverny, na França, inspirados na pequena ponte e nas flores de seu quintal. Já Christian Dior , criou perfumes inspirados nas flores de seu jardim na Provença. É isto (e muitas curiosidades de arquitetura) que o recém lançado livro Life Meets Arts (Sam Lubell, £39.95, Phaidon ) oferece: um tour por dentro de casas inspiradoras e exclusivas do mundo. O livro conta com as propriedades de mais de 250 personalidades, entre eles Pablo Neruda, Gianni Versace, Leonardo da Vinci, Louis Armstrong, Alexander McQueen e Elvis Presley.
Para o autor do livro, Sam Lubell, não há um objeto ou elemento característico em comum nas casas que visitou. Mas, “uma coisa que descobri na pesquisa para o livro é que as casas agem como refletores de seus criadores, são extensões das pessoas. [visitar a casa] Pode ser muito revelador sobre suas fontes de criatividade. É quase como outra biografia de alguém”, disse em entrevista à Editora Phaidon.
Porém, quando se trata de tendência, os diferentes criativos possuem espaços em comum em suas casas. Como é de se esperar, artistas possuem estúdios e todos estes espaços “tendem a receber luz natural indireta”, conta à editora. Os escritores costumam ter um quarto para escapar das visitas, e muitos dos escritórios catalogados, aparecem em áreas elevadas das casas. Já os arquitetos refletem seu estilo por toda a casa, conta Lubell.
O oposto também ocorre, casas de artistas que eram um misto de bagunça e desleixo, ao contrário de suas obras primas. É o caso do casal Jackson Pollock e Lee Krasner, nos Hamptons, Estados Unidos. “As pessoas conhecem Pollock pela pintura em todos os lugares e por sua exuberância artística como casal, mas a casa em si é bastante deselegante e rústica.” Uma teoria de Lubell é que ao focar no trabalho e no estúdio, o resto da casa fica desfavorecido de cuidados.
Outro exemplo que o autor cita é do arquiteto Le Corbusier. Vanguardista nos movimentos cubista e expressionista, o urbanista francês possuía uma cabana muito modesta na Riviera Francesa. “É algo surpreendente”, conta Lubell à editora, “mas, quando você olha mais de perto e vê que há elementos pré-fabricados, cores e uma certa rejeição aos chalés ao redor, entende que é uma casa de campo moderna para a área, embora ainda não seja o que você esperaria de Corbusier.”
Extravagância e ostentação são sinônimos de arquitetura e decoração que abrigaram artistas como Elvis Presley. A famosa mansão de Graceland, em Memphis, tem na sala de estar vitrais de pavões e móveis brancos. Já a exótica sala “Jungle Room”, conta com carpete verde, cascata interna e parede de pedra. Hoje, a mansão de 1.600 m² abriga um museu da história do cantor.
No caso da casa deGianni Versace, o estilista italiano construiu um palacete, a Mansão Versace em Miami Beach. Hoje em dia, a mansão abriga um hotel boutique rebatizado de Villa Casa Casuarina. Com dez suítes, o hotel ainda possui a piscina desenhada por Versace com detalhes de ouro 24 quilates. Na Suíte Master Gianni, com 139 m² e decorada com afrescos, a diária custa a partir de R$ 6.700 para uma pessoa.
O livro traz um misto de curiosidades e inspirações das casas que artistas decoraram, viveram e desenvolveram suas obras. Após 2020, ano em que muitas pessoas passaram dentro de casa e converteram algum ambiente para escritório, o autor sugere que sua nova publicação “pode ser inspiradora para as pessoas, ajudando-as a pensar que sua casa deveria ser uma tela de quem são”, finaliza Lubell.