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25 anos da morte de Renato Russo: relembre carreira e vida do cantor

Desde sua morte, nesses 25 anos de ausência de Renato Russo, são inúmeras as homenagens já prestadas ao cantor e compositor

Renato Russo. (Legião Urbana Produções/Ricardo Junqueira/Agência Brasil)

Renato Russo. (Legião Urbana Produções/Ricardo Junqueira/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de outubro de 2021 às 13h41.

Há 25 anos, a voz marcante, poética e profunda de Renato Russo se calava. O cantor e compositor, dono de músicas como Eduardo e Mônica, Ainda é Cedo e Pais e Filhos, morreu precocemente aos 36 anos, em 11 de outubro de 1996, após uma longa carreira na banda Legião Urbana e, principalmente, com uma vida repleta de momentos marcantes.

Mesmo com essas mais de duas décadas de ausência, Renato ainda é celebrado por conta de suas músicas com letras fortes, que falam com vários públicos. É a indignação de Que País É Este, o grito sufocado de Pais e Filhos, a história de amor com pessoas comuns de Eduardo e Mônica ou, ainda, a epopeia amorosa-musical de Faroeste Caboclo.

Para celebrar Renato Russo, relembre os principais momentos de sua vida e obra:

Antes de ser Renato Russo

Apesar de ser conhecido como um ícone do rock de Brasília, Renato Manfredini Júnior nasceu no Rio de Janeiro, em 27 de março de 1960. Morou por lá até os seis anos, na Ilha do Governador, zona norte da cidade, quando se mudou com a família para Nova York. Foi apenas em 1973, bem no início da adolescência, que Renato chegou em Brasília com sua família. Até entrar de vez no mundo da música, fez de tudo um pouco: estudou inglês e, logo depois, se tornou professor do idioma. Além disso trabalhou como locutor numa rádio, apresentando programas de jazz e sobre os Beatles.

Doença óssea

Aos 15 anos, em Brasília, Renato passou por um momento difícil ao ser diagnosticado como portador da epifisiólise, uma doença óssea. Para o tratamento, precisou implantar três pinos de platina na bacia e, depois, passou por uma recuperação difícil: ficou seis meses de cama quase sem se movimentar e a recuperação dos movimentos durou mais de um ano e meio.

O novo nome

Foi justamente nesse período de recuperação que Renato teve a ideia de aposentar o Manfredini e adotar o nome artístico Renato Russo. Segundo ele próprio, foi homenagem ao inglês Bertrand Russell e aos franceses Jean-Jacques Rousseau e Henri Rousseau.

Começo da carreira

Cinco anos depois de chegar na capital brasileira, em 1978, Renato Russo conheceu Fê Lemos. Esse encontro foi a semente que faltava para começarem uma banda: Aborto Elétrico. Com clara influência do punk rock americano, a banda conseguiu certo reconhecimento na região de Brasília, integrando o Turma da Colina, movimento de bandas do Planalto Central criadas durante esse período. Mas uma briga entre Renato Russo com Fê Lemos acabou colocando um ponto final no grupo e abrindo espaço para o Legião.

Legião Urbana

Com o fim precoce do Aborto Elétrico, Renato Russo se juntou a Marcelo Bonfá, Eduardo Paraná e Paulo Guimarães - e posteriormente com Dado Villa-Lobos assumindo a guitarra do grupo - para formar a banda Legião Urbana, em 1982. Nessa década eles lançaram algumas das músicas mais tocadas em rádios no período, como Será, de 1985; Eduardo e Mônica, de 1986; Que País é Esse, de 1987; e Pais e Filhos, de 1989. Assim, rapidamente, a banda saiu da capital federal e ganhou reconhecimento em todo o território nacional.

Giuliano Manfredini

O único filho de Renato Russo é Giuliano Manfredini, fruto de um envolvimento do cantor e compositor com uma fã, Raphaela Manuel Bueno. Ela teria engravidado de Renato no começo do relacionamento dos dois, mas não teve contato com o vocalista do Legião Urbana durante a gestação. Voltou na vida de Renato apenas quando Giuliano já estava com três meses. Por conta da morte de Renato e da mãe, vítima de um acidente de carro, Giuliano Manfredini acabou sendo criado pela família de Renato até a sua maioridade.

Morte de Renato Russo

Renato Russo morreu na madrugada de 11 de outubro de 1996 por conta de doença pulmonar obstrutiva crônica, septicemia e infecção urinária - consequências da aids. Renato tinha HIV positivo desde 1989, mas nunca assumiu publicamente a doença.

Homenagens

Desde sua morte, nesses 25 anos de ausência de Renato Russo, são inúmeras as homenagens já prestadas ao cantor e compositor. Sua trajetória inspirou filmes como Faroeste Caboclo (2013), dirigido por René Sampaio, e Somos Tão Jovens (2013), de Antonio Carlos da Fontoura. Em 2006, vários artistas participaram do CD Renato Russo - Uma Celebração, contando com suas composições mais celebradas. Ele também foi tema de uma exposição no Museu da Imagem e do Som (MIS) e já foi tema de livros, como a biografia Renato Russo: O Filho da Revolução e Discobiografia Legionária, sobre Legião.

Músicas póstumas

Em 2020, policiais do Rio encontraram relatórios que apontam a existência de músicas inéditas gravadas por Renato Russo. Agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), da Polícia Civil do Rio, realizaram a Operação "Será?", que buscou identificar e localizar possíveis obras inéditas do cantor e compositor.

Foram encontrados documentos que mostram a existência das versões deixadas pelo artista, mas não, ainda, as gravações. A ação é resultado de um ano de investigações que apontam que o proprietário de um estúdio de gravação do Rio de Janeiro estaria ocultando músicas inéditas do artista.

O estúdio foi usado por Renato Russo em seus últimos anos de vida. Depois, a Operação Tempo Perdido foi ativada para apreender mais materiais que, segundo a polícia, deveriam estar em posse de Giuliano - filho de Renato. Cerca de 91 fitas master estavam guardadas no depósito da Iron Montain, empresa de arquivamento usada pelas gravadoras. O material, segundo a polícia, traz gravações inéditas, como uma versão de Faroeste Caboclo em ritmo de reggae e uma canção inédita, Helicóptero.

Filho versus Banda

Por fim, vale lembrar da disputa jurídica entre Giuliano Manfredini e os integrantes vivos da Legião Urbana, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá - um caso que caminha há quase dez anos na Justiça. Além de começar a fazer marcações firmes com relação ao uso do nome Legião Urbana em shows que os dois fizeram, como as comemorações pelos aniversários dos álbuns Dois e Que País É Esse?, Manfredini passou também a investir contra qualquer projeto que pudesse levar o nome da Legião. Ou que, em seu entendimento, pudesse se tornar um projeto um dia.

No entanto, em julho de 2021, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a sentença que permitiu a eles usarem o nome Legião Urbana mesmo sem autorização de Giuliano Manfredini, podendo voltar a fazer shows como banda.

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