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2017 é o ano para você conhecer as principais mostras do mundo

Numa rara coincidência de calendário, os três principais festivais europeus acontecem no mesmo ano. Quem tiver chance deve fazer uma visita

 (Martha Minujín/Reprodução)

(Martha Minujín/Reprodução)

Organizados em intervalos diferentes, os três mais importantes festivais de arte contemporânea da Europa acontecem no mesmo ano graças à sincronia dos calendários.

De abril até novembro, o Documenta 14 (na Grécia e na Alemanha), o Skulptur Projekte Münster (também na Alemanha) e a Bienal de Veneza (na Itália) são grandes eventos multidisciplinares que vão muito além de apenas exposições de obras estáticas.

Em 2017, eles propõem enaltecer a arte como ferramenta que detém o poder de alterar os rumos da história. Com extensas programações, os festivais buscam discutir e relembrar o papel das instituições culturais e a importância da participação ativa do indivíduo na sociedade.

As mostras também defendem a eficácia do diálogo como resistência poética aos jogos de poder e como saída para as incertezas atuais. Boa parte da produção artística tem acontecido como ações engajadas, deixando o termo “artivismo” cada vez mais conhecido.


Documenta 14

Em Atenas, Grécia (de 8 de abril a 16 de julho), e Kassel, Alemanha (de 10 de junho a 17 de setembro)

Peridodicidade: a cada cinco anos

Para sua 14a edição, a prestigiada exposição não comercial de Kassel firmou parceria com o EMST, o Museu Nacional de Arte Contemporânea de Atenas. A edição é intitulada Learning from Athens (Aprendendo com Atenas) e tem duas etapas: a primeira já começou em abril na capital grega e a segunda terá início em 10 de junho na cidade alemã.

Diretores e curadores buscaram atualizar valores da Antiguidade Clássica para discutir a crise atual e mostrar as inúmeras possibilidades de aprendizado mútuo entre nações.

O Documenta foi criado em 1955 com o objetivo de retomar o diálogo entre a Alemanha, arruinada pela Segunda Guerra Mundial, e o resto do mundo. Hoje, é um dos mais importantes eixos referenciais da arte internacional, com influência sobre seu mercado de arte e sobre a política e a produção de conhecimento. O último, em 2012, teve 900 mil visitantes.

Os destaques de 2017 são projetos transnacionais e multimidiáticos. Já aberta, a etapa de Atenas expõe obras de mais de 180 artistas. Entre elas, El Partenón de Libros, réplica do templo localizado na Acrópole de Atenas que foi construída em 1983 pela argentina Marta Minujín com 25 mil livros.


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- (Kônig Galerie/Reprodução)

5º Skulptur Projekte Münster

Em Münster, Alemanha (de 9 de junho a 1º de outubro)

Periodicidade: a cada dez anos

Neste ano, a exposição de Münster fará uma reflexão sobre suas edições anteriores. O evento surgiu em 1977 com a intenção de refletir sobre arte e espaço público.

A organização tem como ponto de partida projetos artísticos temporários e específicos para certos locais. Para 2017, o grupo curatorial convidou 35 artistas de 19 países para desenvolver obras (de esculturas a performances) sobre as experiências corporais da era digital.

Destacam-se a ponte subaquática criada pelo turco Ayse Erkmen e How to Disappear in America, painel com iluminação de LEDs que simula pinturas modernas e emite diferentes melodias criadas no momento – uma obra performática do japonês Ei Arakawa.


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- (Joerg Lohse/Reprodução)

57ª Biennale di Venezia

Em Veneza, Itália (de 13 de maio a 26 de novembro)

Periodicidade: a cada dois anos

Criada em 1895, a Bienal de Veneza é uma das mais antigas exposições do mundo. Em sua 57a edição, batizada de Viva Arte Viva, o tema é o aprofundamento do diálogo entre artistas e público.

“A arte se apresenta como uma inequívoca alternativa ao individualismo e à indiferença”, afirma a curadora Christine Macel. O festival ocupará os suntuosos complexos permeados por pavilhões como o Giardini e o Arsenale. São 87 pavilhões recebendo cerca de 500 mil visitantes por edição.

Neste ano, 120 artistas de 51 países foram agrupados em nove “famílias” para trocar ideias e confrontar sentimentos e impulsos. Os brasileiros convidados foram Paulo Bruscky, Ayrson Heráclito e Ernesto Neto.

O pavilhão organizado pela Fundação Bienal de São Paulo apresentará obras de Cinthia Marcelle. Além disso, em todas as sextas-feiras durante a mostra, artistas serão anfitriões da Tavola Aperta (Mesa aberta), na qual receberão visitantes para um almoço e conversas sobre arte.

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