Veja 5 costumes comuns no trabalho na Áustria, mas não no Brasil, segundo executiva austríaca
Sarita Vollnhofer, CHRO da Alice, nasceu e trabalhou no país Europeu e sentiu diferença na rotina de trabalho quando se mudou para o Brasil; veja como a cultura local influencia no jeito em que trabalhamos e vivemos
Repórter
Publicado em 26 de dezembro de 2024 às 10h56.
Última atualização em 26 de dezembro de 2024 às 10h57.
Hinterbruehl é o nome da cidade austríaca onde a executiva Sarita Vollnhofer nasceu. Foi nessa cidade de 5 mil habitantes, próximo da capital Viena, que ela concluiu seus estudos em instituições públicas, se formou em Administração e conquistou o primeiro trabalho.
Por morar em uma país no meio da Europa, além de falar alemão, idioma local, ela aprendeu na escola pública o inglês, francês e espanhol. “Queria muito estudar em outro país durante a faculdade e queria que fosse um lugar de língua inglesa. Acabei escolhendo um país bem diferente do meu, que foi a África do Sul ”.
No país africano, Sarita se deparou com situações mais precárias na área da saúde e educação, do que no país europeu. “Vi uma desigualdade social muito maior neste país e isso me estimulou ainda mais a conhecer culturas e lugares diferentes e a ter um propósito pessoal de construir com a sociedade”.
Desde então, a executiva foi colecionando experiências profissionais em outros países. Chegou a fazer mestrado em Relações Internacionais e Saúde Pública da Universidade de Columbia, nos EUA. Chegou a trabalhar na ONU, em Nova Iorque, trabalhou um ano em Nicarágua e depois chegou ao Brasil.
“Conheci um brasileiro durante o período em que estudei nos EUA, decidimos então nos casar e construir uma família no Brasil”, afirma a executiva que reforça que sua mãe devia ter imaginado que o futuro dela seria fora da Europa. “O nome ‘Sarita’ nem é comum na Áustria, minha mãe de alguma forma adivinhou que o meu destino seria em um país latino”, diz.
Mesmo dominando o inglês, espanhol, alemão e o francês, Sarita teve que se dedicar para aprender o português para assim conseguir seguir sua carreira no Brasil. Apesar de ser um desafio aprender um novo idioma, para ela se adaptar a cultura local era o maior dos desafios, além de ser uma grande oportunidade.
“Faz 10 anos que trabalho aqui no Brasil, fora em outros países. Ou seja, há muitos anos não trabalho na Áustria, mas lembro de algumas diferenças que encontrei na rotina de trabalho quando comparo os dois países”, afirma Sarita.
Na Áustria:
- Pontualidade é sagrada: Chegar 5 minutos antes é a norma. Se você chega "no horário", facilmente se sente atrasado.“Pontualidade é comum nos EUA e na Europa”;
- As reuniões são rápidas e objetivas: Discussões longas? Só se forem extremamente necessárias;
- A comunicação é direta e formal: Nada de rodeios. As pessoas dizem exatamente o que pensam, sem entrelinhas;
- Não compartilhe informações da vida pessoal: Facilmente considerado como “oversharing”, ou seja, compartilhamento excessivo;
- Almoço fora do escritório só em ocasiões especiais: O normal é comer na mesa ou pegar um sanduíche no mercado.
No Brasil:
- A flexibilidade é a chave: "Cinco minutinhos" podem se estender. Um "já já" pode significar qualquer coisa entre 5 minutos e uma hora;
- Reuniões são quase um evento social: com direito a café, pão de queijo e bate-papo com amenidades. É uma forma de criar laços e fortalecer o time;
- A comunicação é calorosa e informal: Compartilhar coisas da vida pessoal é esperado;
- Reuniões mais longas: é normal uma introdução “quebra-gelo” antes das reuniões e assuntos que não necessariamente são sobre o trabalho;
- Escovar os dentes no banheiro do escritório faz parte da rotina diária: Algo inimaginável na Áustria!
“Essa cultura mais aberta dos brasileiros, no meu caso, me ajudou muito a me integrar, a conseguir conhecer melhor outra cultura e a fazer muitos amigos”, afirma Sarita Vollnhofer, que atualmente trabalha como CHRO da healthtech Alice.
Para quem deseja seguir uma carreira internacional, Sarita traz como conselho estudar o idioma local e fazer uma rede de amigos.
"Estudar o idioma local, não é só importante profissionalmente, mas também para sua adaptação à cultura e ao país. Também é muito valioso buscar amigos da sua nacionalidade, isso pode dar segurança no começo. Por outro lado, fazer amigos “nativos” vai ajudar na sua integração", diz.
A executiva lembra que também é importante ter mente e coração abertos para o novo. "Mesmo se for difícil no começo, é preciso abraçar as diferenças, que vão te fazer uma pessoa e profissional mais completa".
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Esta matéria foi publicada originalmente em 26 de junho de 2024. Clique aqui para ler o texto original.