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Tenho que ou tenho de fazer: qual é o certo?

Para nunca mais errar na hora de fazer a lista de tarefas do dia: especialista desmistifica uso das duas expressões

Tenho que ou tenho de? Especialista explica se uma das expressões está errada, como muita gente acredita (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2013 às 14h15.

* Respondido por Gleice Albuquerque do Instituto Passadori

A nossa rotina é marcada pela expressão “tenho que”, ou seja, por tarefas, trabalhos ou ações para resolução de problemas. Desde o momento que acordamos até ao deitar, as obrigações ou necessidades surgem ou já estão programadas para serem supridas.

No mundo corporativo a pressão é ainda maior, pois nos corredores, em reuniões, dentro dos elevadores sempre escuto falas como: tenho que enviar as notas hoje...; tenho de f azer a apresentação dos resultados do trimestre daqui a pouco...; t enho que, tenho que... Ou será tenho de? Há certo e errado? Vejamos.

Não existe uma forma mais correta ou preferencial entre “ter que” e “ter de”. Trata-se de duas opções à disposição do falante, que provavelmente tem sua origem na inclinação regional, familiar ou educacional por uma ou pela outra expressão. Elas dizem rigorosamente a mesma coisa – ou seja, “estar obrigado a” – e que ambas contam com suficiente tradição de uso por bons autores para serem tratadas como iguais.

Entretanto, vale ressaltar que nem sempre foi assim. Trazendo a linha do tempo da expressão, revela-se que “ter de” não é apenas anterior a “ter que”, mas já foi considerada pelos gramáticos a única forma culta, ao passo que a outra, derivada dela, não era vista com bons olhos, pois era considerada “popular”.

Houaiss, dicionário da língua portuguesa, explica que o “ter que” vem sendo usado “modernamente” em lugar de “ter de”. Tal uso cria uma irregularidade gramatical, o emprego do pronome relativo “que” numa função anômala – prepositiva, para o Houaiss que denunciaria uma contaminação do “ter de”. Mas tudo isso é detalhe técnico.

O importante é saber que ao redigir seus e-mails, ou qualquer documento corporativo, é preciso evitar a repetição de “quês” na redação. Analise o que pode ser trocado por “de” ou pelo (a) qual, a (o) qual. Atualmente, as duas formas são consideradas certas e ambas são usadas para exprimir obrigação ou dever.

*Gleice Albuquerque é graduada em Letras, Português-Inglês pela UFRJ e especialista em Potencialização Cognitiva, nível 1 e 2, pelo ICELP (International Center for the Enhancement of Learning Potential) de Israel. Consultora de Educação Corporativa do Instituto Passadori.

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* Respondido por Gleice Albuquerque do Instituto Passadori

A nossa rotina é marcada pela expressão “tenho que”, ou seja, por tarefas, trabalhos ou ações para resolução de problemas. Desde o momento que acordamos até ao deitar, as obrigações ou necessidades surgem ou já estão programadas para serem supridas.

No mundo corporativo a pressão é ainda maior, pois nos corredores, em reuniões, dentro dos elevadores sempre escuto falas como: tenho que enviar as notas hoje...; tenho de f azer a apresentação dos resultados do trimestre daqui a pouco...; t enho que, tenho que... Ou será tenho de? Há certo e errado? Vejamos.

Não existe uma forma mais correta ou preferencial entre “ter que” e “ter de”. Trata-se de duas opções à disposição do falante, que provavelmente tem sua origem na inclinação regional, familiar ou educacional por uma ou pela outra expressão. Elas dizem rigorosamente a mesma coisa – ou seja, “estar obrigado a” – e que ambas contam com suficiente tradição de uso por bons autores para serem tratadas como iguais.

Entretanto, vale ressaltar que nem sempre foi assim. Trazendo a linha do tempo da expressão, revela-se que “ter de” não é apenas anterior a “ter que”, mas já foi considerada pelos gramáticos a única forma culta, ao passo que a outra, derivada dela, não era vista com bons olhos, pois era considerada “popular”.

Houaiss, dicionário da língua portuguesa, explica que o “ter que” vem sendo usado “modernamente” em lugar de “ter de”. Tal uso cria uma irregularidade gramatical, o emprego do pronome relativo “que” numa função anômala – prepositiva, para o Houaiss que denunciaria uma contaminação do “ter de”. Mas tudo isso é detalhe técnico.

O importante é saber que ao redigir seus e-mails, ou qualquer documento corporativo, é preciso evitar a repetição de “quês” na redação. Analise o que pode ser trocado por “de” ou pelo (a) qual, a (o) qual. Atualmente, as duas formas são consideradas certas e ambas são usadas para exprimir obrigação ou dever.

*Gleice Albuquerque é graduada em Letras, Português-Inglês pela UFRJ e especialista em Potencialização Cognitiva, nível 1 e 2, pelo ICELP (International Center for the Enhancement of Learning Potential) de Israel. Consultora de Educação Corporativa do Instituto Passadori.
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