Pessoas em São Paulo: sete meses depois do início da pandemia, o Brasil ainda tem cerca de 7,9 milhões de pessoas em trabalho remoto (Amanda Perobelli/Reuters)
Victor Sena
Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 13h03.
Última atualização em 1 de dezembro de 2020 às 14h53.
Em meio à pandemia, a satisfação com o trabalho aumentou nos últimos meses no Brasil, de uma nota média de 6,4 para 6,8, numa escala que vai de zero a 10. Isso é o que mostra o Índice Sodexo de Qualidade de Vida no Trabalho, divulgado nesta terça-feira.
Entre as 10 áreas pesquisadas, a que tem a mais satisfação é a área jurídica, com uma nota de 7,2. A pior delas é a do setor administrativo. A pesquisa é realizada pelo Núcleo de Estudos Sodexo e refere-se ao terceiro trimestre de 2020. Ela contou com a participação de 674 pessoas de todo o país.
Para a Sodexo, a adoção do home office é um dos motivos para a satisfação. Sete meses depois do início da pandemia, o Brasil ainda tem cerca de 7,9 milhões de pessoas em trabalho remoto, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Apesar das vantagens óbvias do trabalho em casa, como menor desgaste físico, outra pesquisa divulgada há algumas semanas mostra que a satisfação do brasileiro com essa forma de trabalhar caiu ao longo da pandemia.
Em janeiro, quando o isolamento social ainda não havia sido implantado no Brasil, cerca de 70% das pessoas elogiam a prática de home office. Entre abril e junho, na pior fase da pandemia, a aprovação chegou a 45%.
A saúde mental dos trabalhadores também tem se mostrado um ponto de atenção, assim como o excesso de horas trabalhadas. Com o trabalho remoto, há a dificuldade de definir melhor os limites.
Entre as variáveis da pesquisa estão os critérios saúde e bem-estar, facilidade e eficiência, ambiente físico e reconhecimento. Crescimento profissional e interação social também estão na lista que compõe a nota.
O levantamento verificou que os homens são os mais satisfeitos ao registrarem 6,73 pontos frente aos 6,47 pontos do grupo mulheres.
Já por idade, o destaque fica por conta dos trabalhadores de 55 anos ou mais (7 pontos), seguidos dos de 18 a 24 anos (6,9 pontos). Por grau de instrução, funcionários com ensino fundamental completo foram os mais felizes, seguido dos de pós-graduação e mestrado.