Pergunta de entrevista do Google confunde até o chefão da empresa
Eric Schmidt deu uma solução, no mínimo, duvidosa, ao dilema, não sem antes reclamar da pergunta dizendo que era muito ruim
Camila Pati
Publicado em 17 de dezembro de 2016 às 06h00.
Última atualização em 17 de dezembro de 2016 às 06h00.
São Paulo – Imagine que você é um capitão pirata, encontra um pote de ouro e tem a missão de dividir o tesouro com a sua tripulação. O problema é que a sua ideia de divisão precisará passar pelo crivo dos tripulantes, que vão votar a favor ou contra o que sugerir. Caso não obtenha metade dos votos, você pode ser morto. Qual seria a proposta que conseguiria preservar a sua integridade física e ainda sim permitisse uma boa quantia de ouro no seu bolso?
A questão acima faz parte do repertório de perguntas de entrevista de emprego do Google mas nem o presidente do conselho de administração da Alphabet, holding que controla a companhia, parece saber muito bem qual a melhor resposta. É que no mês passado, funcionários da companhia fizeram essa pergunta a Eric Schmidt, durante o Summit do Mar - reunião anual com líderes empreendedores realizada em águas internacionais em novembro - e o executivo patinou para responder, segundo informa o Quartz.
Depois de pedir que a pergunta fosse repetida algumas vezes e tentar fazer mais perguntas para entender o que ele deveria responder, Schmidt deu uma solução, no mínimo, duvidosa, ao dilema, não sem antes reclamar da pergunta dizendo que era muito ruim.
“Parece-me que se se mais da metade está feliz eu sobrevivo. Proponho dar a 49% dos piratas ações de empresas de internet enquanto o outros 51% ficam com o ouro”, respondeu o executivo
Jeito de recrutar mudou faz tempo
Perguntas como essa são passado na empresa e o principal responsável por mudar o jeito de recrutar no Google, foi o lendário diretor de RH, Lazlo Bock, que deixou o posto neste ano, mas continua conselheiro da empresa.
Em seu livro, “Regras de Trabalho”, publicado ano passado, ele aponta para a inutilidade de perguntas como “Quantas bolas de golfe caberiam no interior de um 747?”. “Esse tipo de pergunta tem pouca, se alguma, capacidade de prever qual seria o desempenho dos candidatos se fossem contratados”, escreve.