Os fatores que mais impedem que você aprenda (de verdade)
Procura por treinamentos cresce, mas profissionais qualificados continuam em falta. Problema é que estamos aprendendo errado, defende especialista
Camila Pati
Publicado em 24 de abril de 2014 às 07h52.
São Paulo – No currículo , as certificações e diplomas saltam aos olhos do recrutador. Cursos e mais cursos chamam a atenção para a qualificação. Mas o quanto de todo este conteúdo o profissional realmente aprendeu e sabe aplicar na prática? Grandes chances de ter sido bem pouco, de acordo com Rogério Boeira, especialista em desenvolvimento de pessoas e fundador da escola Cultman - Management & Education.
Para ele, o aumento na procura por formação e treinamento , assim como a escalada na escolaridade do brasileiro, gera uma percepção errada de que os profissionais estão cada vez mais bem preparados. É que indivíduos realmente capacitados continuam em falta no mercado.
Mas como isto é possível? Estamos aprendendo errado, explica o especialista. E o problema é mais grave do que parece já que aprender da forma tradicional não é mais suficiente. Entenda por quê:
1A importância é dada à certificação e não ao conteúdo
“As pessoas buscam diplomas sem ter a responsabilidade sobre o conhecimento que aquela certificação implica”, diz Boeira. É o famoso estudar para passar e garantir o pedaço de papel que comprova a qualificação. “Pensamos que sabemos mais do que sabemos, de fato”, diz.
Assim, como num passe de mágica a pessoa que carrega aquele diploma está apta a exercer plenamente determinadas funções. “O quanto de conteúdo a pessoa guarda dos cinco anos de faculdade, por exemplo”, pergunta o especialista.
Aprovação não é sinônimo de conhecimento, como muita gente pensa. “O ato de aprender requer uma grande dedicação, seja de atenção, seja de tempo e possui um custo emocional muito mais do que temos consciência”, diz Boeira.
2Lei do mínimo esforço
A mente tem a prerrogativa da autopreservação, o que significa que trabalha sob a lei do mínimo esforço, segundo Boeira. “Gasta menos energia do que deveria, é algo natural”, explica.
Daí pode-se entender a dedicação que é necessária para manter a concentração durante períodos mais longos de tempo. O cérebro também opta por focar naquilo que é razoável e que já conhecemos, poupando energia.
Por isso, muita gente prefere concentrar esforços no que lhe mais palpável e deixa de lado o domínio de outras ferramentas com a quais têm mais dificuldade. Além disso, assim que conseguimos atravessar os conteúdos mais complexos para a nossa mente, eles são rapidamente esquecidos. “São tirados do caminho”, diz.
Antes de continuar a ler a matéria, dê uma olhada nos recursos para turbinar o seu desempenho no TOEFL:
3Não há estímulo ao questionamento
Embora esta realidade venha mudando, ainda há pouco estímulo ao questionamento. Merecem nota máxima aqueles alunos que decoram o conteúdo e o reproduzem nas provas discursivas.
Se quando criança o ato de perguntar pode muitas vezes ser motivo de chacota entre os colegas, no mundo adulto questionar é relacionado a chamar a atenção para si. Quem muito pergunta, quer mesmo é aparecer, dizem muitos profissionais pelos corredores e cafés das empresas.
“Quando adulto a principal questão é exatamente a falta de questionamento, não há permissão para a dúvida”, diz. O desenvolvimento do novo, o rompimento com o que já está estabelecido não é fácil. Admitir novas formas de raciocínio e novas dimensões para as questões se faz necessário. Ao estimular e estruturar a dúvida, segundo o especialista, os profissionais conseguirão aumentar a eficiência das respostas e oferecer melhores resultados, além de antecipar problemas.
4Pouca reflexão
“A gente nunca aprendeu a aprender”, lembra Boeira. E talvez este seja um dos motivos por que a reflexão é escassa durante o processo de aprendizagem.
Valorizar os diferentes níveis de experiência e a livre associação de ideias é essencial na hora de internalizar assuntos discutidos, segundo o especialista.
Uma dica importante é todos os dias procurar ter um tempo para refletir sobre o que aconteceu no trabalho. De preferência, anotar os pontos em que se sentiu mais desconfortável ou vulnerável”, diz.
São Paulo – No currículo , as certificações e diplomas saltam aos olhos do recrutador. Cursos e mais cursos chamam a atenção para a qualificação. Mas o quanto de todo este conteúdo o profissional realmente aprendeu e sabe aplicar na prática? Grandes chances de ter sido bem pouco, de acordo com Rogério Boeira, especialista em desenvolvimento de pessoas e fundador da escola Cultman - Management & Education.
Para ele, o aumento na procura por formação e treinamento , assim como a escalada na escolaridade do brasileiro, gera uma percepção errada de que os profissionais estão cada vez mais bem preparados. É que indivíduos realmente capacitados continuam em falta no mercado.
Mas como isto é possível? Estamos aprendendo errado, explica o especialista. E o problema é mais grave do que parece já que aprender da forma tradicional não é mais suficiente. Entenda por quê:
1A importância é dada à certificação e não ao conteúdo
“As pessoas buscam diplomas sem ter a responsabilidade sobre o conhecimento que aquela certificação implica”, diz Boeira. É o famoso estudar para passar e garantir o pedaço de papel que comprova a qualificação. “Pensamos que sabemos mais do que sabemos, de fato”, diz.
Assim, como num passe de mágica a pessoa que carrega aquele diploma está apta a exercer plenamente determinadas funções. “O quanto de conteúdo a pessoa guarda dos cinco anos de faculdade, por exemplo”, pergunta o especialista.
Aprovação não é sinônimo de conhecimento, como muita gente pensa. “O ato de aprender requer uma grande dedicação, seja de atenção, seja de tempo e possui um custo emocional muito mais do que temos consciência”, diz Boeira.
2Lei do mínimo esforço
A mente tem a prerrogativa da autopreservação, o que significa que trabalha sob a lei do mínimo esforço, segundo Boeira. “Gasta menos energia do que deveria, é algo natural”, explica.
Daí pode-se entender a dedicação que é necessária para manter a concentração durante períodos mais longos de tempo. O cérebro também opta por focar naquilo que é razoável e que já conhecemos, poupando energia.
Por isso, muita gente prefere concentrar esforços no que lhe mais palpável e deixa de lado o domínio de outras ferramentas com a quais têm mais dificuldade. Além disso, assim que conseguimos atravessar os conteúdos mais complexos para a nossa mente, eles são rapidamente esquecidos. “São tirados do caminho”, diz.
Antes de continuar a ler a matéria, dê uma olhada nos recursos para turbinar o seu desempenho no TOEFL:
3Não há estímulo ao questionamento
Embora esta realidade venha mudando, ainda há pouco estímulo ao questionamento. Merecem nota máxima aqueles alunos que decoram o conteúdo e o reproduzem nas provas discursivas.
Se quando criança o ato de perguntar pode muitas vezes ser motivo de chacota entre os colegas, no mundo adulto questionar é relacionado a chamar a atenção para si. Quem muito pergunta, quer mesmo é aparecer, dizem muitos profissionais pelos corredores e cafés das empresas.
“Quando adulto a principal questão é exatamente a falta de questionamento, não há permissão para a dúvida”, diz. O desenvolvimento do novo, o rompimento com o que já está estabelecido não é fácil. Admitir novas formas de raciocínio e novas dimensões para as questões se faz necessário. Ao estimular e estruturar a dúvida, segundo o especialista, os profissionais conseguirão aumentar a eficiência das respostas e oferecer melhores resultados, além de antecipar problemas.
4Pouca reflexão
“A gente nunca aprendeu a aprender”, lembra Boeira. E talvez este seja um dos motivos por que a reflexão é escassa durante o processo de aprendizagem.
Valorizar os diferentes níveis de experiência e a livre associação de ideias é essencial na hora de internalizar assuntos discutidos, segundo o especialista.
Uma dica importante é todos os dias procurar ter um tempo para refletir sobre o que aconteceu no trabalho. De preferência, anotar os pontos em que se sentiu mais desconfortável ou vulnerável”, diz.