Carreira

Os erros dos executivos ao avaliar propostas de emprego

Diretor da consultoria de recrutamento Asap afirma que profissionais estão cometendo equívocos básicos na hora de receber e avaliar propostas de emprego

Trajetória executiva: ter metas claras e apostar em um planejamento de carreira é o primeiro passo para evitar frustrações após uma mudança de emprego (Getty Images)

Trajetória executiva: ter metas claras e apostar em um planejamento de carreira é o primeiro passo para evitar frustrações após uma mudança de emprego (Getty Images)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 24 de abril de 2014 às 07h54.

São Paulo – Um dos pontos cruciais da ascensão profissional é saber avaliar novas propostas de emprego na hora de decidir os rumos da carreira.

E é justamente nesse ponto, que muitos têm pecado, segundo Marcelo Peixoto, diretor da consultoria Asap para o Norte e Nordeste. “Vemos executivos cometerem erros básicos, próprios de quem está em início de carreira”, diz ele.

EXAME.com conversou com o especialista para saber o que os profissionais estão fazendo de errado. Confira os equívocos mais frequentes:

1 Pensar em curto prazo

Quando apenas o salário oferecido salta aos olhos, outros fatores são deixados de lado. “Quando o executivo analisa só a proposta financeira, esquece-se de olhar o tamanho da empresa, o histórico dela no mercado, o clima organizacional, a possibilidade de crescimento de carreira”, diz Peixoto.

Ou seja, se nada disso for levado em conta, a balança pode pender para o lado da frustração, caso estes fatores comecem a pesar depois de uns meses. Resta saber por quanto tempo o dinheiro vai segurar a motivação, quando todo o cenário é adverso.

2 Decisão com base no nome do cargo

Muitos executivos erram ao levar a sério demais o nome do cargo. Exemplo, um gerente em uma empresa de médio porte que receba uma proposta para ser coordenador de área em uma multinacional pode avaliar erradamente o nível de carga de trabalho que terá ao se ater apenas ao nome do cargo. 

“Ele considera que terá menos responsabilidade, não percebe os passos a mais que vai dar, acha que vai ser mais fácil”, diz Peixoto.

3 Ser seduzido pelo status

É o inverso do item 2. Dessa vez o gerente é seduzido pela possibilidade de colocar a plaquinha de diretor na sua mesa, ao se transferir para uma empresa de menor porte. 

“O status de ser diretor pode fazer com que muitos executivos cogitem deixar uma trajetória sólida na empresa atual em que ainda levaria uns cinco anos para conseguir uma posição de diretoria”, diz Peixoto.

Ele explica que a diferença entre um diretor e um gerente está no grau de senioridade, ou seja na experiência adquirida. “O que conta é a vivência e, se ele ainda não tem, pode dar um passo em falso e perceber que não estava preparado”, diz o especialista. Antes de prosseguir veja o que Fátima Motta, sócia da F&M Consultores, diz sobre mudar de emprego no auge da carreira:

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4 Não saber o que quer nem o que não quer

A falta de objetivos claros é um fator que atrapalha. “Às vezes, após 30 minutos de conversa, a gente percebe que o executivo não sabe o que está buscando nem o que está faltando, se é remuneração, se é desenvolvimento de carreira, se quer sair da atual empresa porque tem problema de relacionamento com o gestor”, diz Peixoto.

Ter metas claras e apostar em um planejamento de carreira é o primeiro passo para evitar frustrações após uma mudança de emprego. “Ele pode até não saber o que quer, mas deve saber o que não quer, pelo menos. Ele precisa ter claro o que está faltando e tentar corrigir com a movimentação de mercado”, explica.

5 Usar a proposta como forma de alavancar o salário atual

Este além de ser um erro, é uma atitude arriscada e que pode manchar a reputação profissional. E é mais frequente do que parece. 
Ávidos por um aumento de salário, executivos vão ao mercado participam de processos seletivos, são aprovados para enfim sentar à mesa do gestor e usar a proposta como forma de barganhar uma remuneração mais vantajosa.

Não é fácil perceber de antemão que é esta a intenção do candidato, de acordo com o especialista. “Apesar de haver indícios, não podemos pré-julgar”, diz. Mas, se a suspeita é confirmada, o risco para o profissional é ser preterido nos próximos processos da consultoria. “Quando a gente percebe que o candidato usa a proposta como escada para uma alavancagem salarial, ele fica malvisto”, diz.

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