Nestlé, Vivo e outras empresas lançam programa de estágio compartilhado
Selecionados vão trabalhar por dois anos, completando ciclos de oito meses em três companhias diferentes
Murilo Bomfim
Publicado em 3 de junho de 2019 às 09h42.
Última atualização em 8 de junho de 2020 às 14h04.
São Paulo - Nos programas de estágio de grandes empresas, é comum que o estagiário participe do chamado job rotation: quando passa por diferentes setores dentro da organização para obter experiência e entender com qual área tem mais afinidade. Mas e se essa rotação pudesse ser feita em companhias diferentes?
Essa é a proposta da Aliança pelo Jovem, uma associação de 24 empresas que tem como objetivo aumentar a empregabilidade dos jovens no Brasil. Idealizada pela Nestlé e lançada em 2017, a iniciativa inclui empresas como Google, Braskem e Sodexo.
O Programa de Estágio Aliança pelo Jovem 2019 terá seis empresas participantes em sua edição inicial: Nestlé, Vivo, Klabin, CSN, EDP e CIEE. “A ideia é que os estagiários tenham exposição a realidades diferentes”, diz Marco Custódio, vice-presidente de recursos humanos da Nestlé. “Trabalhar por um período na indústria de alimentos e, logo depois, ir para a Telefônica, por exemplo, que é uma empresa de serviços.”
Doze candidatos serão selecionados para o programa. Em dupla, eles passam por três das seis empresas participantes em ciclos de oito meses, totalizando dois anos. As companhias são definidas pela Aliança e as áreas de atuação são pré-determinadas pelas organizações. “Não se trata de um cardápio, onde o jovem pode simplesmente escolher onde trabalhar”, diz Custódio.
Também compartilhado entre as empresas, o processo seletivo busca candidatos de perfil generalista, que possam ser moldados às necessidades das organizações pelas quais passarão. São aceitos alunos de administração de empresas, ciências econômicas e engenharias. As inscrições estão abertas até 7 de junho, pelo site do CIEE.
Ao fim do programa, os participantes podem ser contratados por qualquer empresa. Além disso, podem optar por deixar currículo em um banco compartilhado de talentos.
A ação ocorre em um momento em que as grandes empresas focam em novas maneiras de atrair e reter talentos, frente ao fortalecimento de concorrentes, como as startups, ou à tendências, como o empreendedorismo. “Essa iniciativa reforça tudo que temos feito para nos aproximar ainda mais dos jovens universitários, que estão em desenvolvimento para o mercado de trabalho”, diz Niva Ribeiro, vice-presidente de pessoas da Vivo. “Queremos atrair essas gerações futuras.”